* Alexandre Abrahão
O segredo do sucesso francês e do fracasso brasileiro reside nas posturas. Após o 11 de Setembro, os países sérios de primeiro mundo modificaram suas visões de direitos humanos e, por conseguinte, suas ações contra a criminalidade organizada e agressiva. Passou-se a agir exclusivamente em protocolos operacionais inflexíveis e técnicos. Cumpridos ditos protocolos, ponto final!
As regras são simples e claras. Dada a ordem de parada ou determinada a rendição por três vezes consecutivas, sendo estas rejeitadas pelo(s) agressor(es) da sociedade organizada, a liberdade operacional é plena e irrestrita! Enfim! Quem se nega a atender as ordens do Estado Soberano arca com as consequências, ainda que pague com a própria vida. O resto, me perdoem os acadêmicos, é blá-blá-blá! Verborragia plena e ‘palpitismo’ desenfreado.
Em países sérios não há argumento plausível que faça a sociedade admitir a imposição de risco ao cidadão que paga impostos. Assim foi na França na sexta-feira. Aqui, ao contrário, se levam 193 motos de um galpão na via mais movimentada do estado em plena luz do dia e, pior, humilhando-se a força estatal, o mandante da operação ‘quebra o galho’ e devolve, por clemência, 97 delas! Eis a diferença! Enquanto lá quatro homens armados chocam o mundo, aqui mais de 200 criminosos, em via pública, fazem o que querem e bem entendem, comprovando que no Rio de Janeiro tudo pode!
Liberdade, igualdade e fraternidade! Invejo os franceses!
Alexandre Abrahão é juiz criminal
Fonte: O Dia