Notícias | 27 de janeiro de 2014 14:43

Juíza Andréa Pachá fala sobre sucesso do livro “A Vida não é justa”, em entrevista ao jornal O Globo

Com mais de 30 mil exemplares vendidos do livro “A vida não é justa”, a juíza Andréa Pachá, diretora de Comunicação da Amaerj, falou em entrevista publicada pelo jornal O Globo, no último sábado (25), sobre o sucesso da sua primeira e única obra, que será adaptada para a TV e o teatro. Na entrevista, a  magistrada também contou sobre a continuidade do livro, e discorreu sobre a experiência nas áreas da literatura e do Direito. “Não temos  que pensar que o direito é careta  e o teatro é vanguarda”, disse a juíza. A entrevista com a magistrada foi publicada com destaque no “Segundo Caderno”, seção cultural do periódico.

Confira abaixo a íntegra da matéria:

Livro de juíza sobre histórias de família inspira peça e programa de TV

RIO – Com seus processos de vocabulário árido e frases labirínticas, pode parecer que o mundo jurídico não tem nada a ver com a literatura — mas não para ela. Afinal, além de juíza, Andréa Pachá agora é escritora de relativo sucesso. Seu primeiro e único livro, “A vida não é justa” (Agir), que reúne 33 histórias inspiradas na experiência de 15 anos da autora em varas de família, vendeu 30 mil exemplares, em um país onde autores de primeira viagem costumam ganhar tiragens de no máximo cinco mil. Além disso, a TV Globo acaba de comprar os direitos da obra e tem, por contrato, dois anos para levar uma adaptação ao ar. “A vida não é justa” também vai virar peça de teatro, pelas mãos da jornalista Bianca Ramoneda, ainda sem data para estrear. E uma sequência da obra deve ser publicada até o fim do ano.

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— Acho que o livro consagra um diálogo entre o direito e a arte. É um olhar de ficcionista sobre a realidade. Ela olha o mundo com olhos de roteirista — diz Bianca.

Olhos de roteirista mesmo. Formada em Direito pela Uerj nos anos 1980, Andréa se cansou da burocracia do mundo jurídico. Trocou a profissão por um curso de roteiro na Casa das Artes de Laranjeiras (CAL). Entre seus professores estava o dramaturgo Alcione Araújo, morto em 2012, que acabou virando um amigo para a vida toda.

— Tínhamos um grupo de estudos toda segunda-feira na casa do Alcione, que orientava as nossas leituras. Aprendi a pensar o Brasil com ele — diz Andréa.

O último texto publicado de Alcione é o prefácio de “A vida não é justa”. E foi dele, aliás, a ideia de fazer Andréa escrever em primeira pessoa, com estilo mais confessional. Mas Alcione não chegou a ler o livro pronto. O mentor e amigo morreu dois dias depois do lançamento.

— Foi duríssimo. Tinha falado com ele no dia anterior, porque o (frei) Leonardo Boff tinha me entregado uma poesia que havia escrito para o Alcione muitos anos antes, inspirado em um debate que os dois tiveram. O Alcione era ateu, mas os dois eram muito amigos — lembra Andréa.

O período de proximidade do teatro rendeu uma empreitada curiosa, um centro cultural em Botafogo. O nome, “Avatar — Cultura e metafísica”, evocava as duas dimensões do local: uma com bar, livraria e debates; outra com consultas esotéricas, com tarô e astrologia. Andréa era a responsável pelo bar e pela livraria.

Os últimos anos de Andréa no mundo da dramaturgia foram como produtora, em uma empresa que só montava textos de autores nacionais. Um período dramático para as artes nacionais, ela lembra, com o fim da Embrafilme, nos anos Collor. Uma das peças que ela montou foi “Em nome do pai”, de Alcione. Como recordação, ela tem até hoje um baú cenográfico, que usa para guardar fotos, recortes de jornal, críticas teatrais, anotações em guardanapos de bares.

Veja aqui a entrevista no site do O Globo

Fonte: Assessoria de Imprensa da Amaerj