A Associação dos Magistrados do Estado do Rio de Janeiro (Amaerj) divulgou, na última sexta-feira (08), em uma emocionante cerimônia que reuniu mais de 600 pessoas, os vencedores do II Prêmio Juíza Patrícia Acioli de Direitos Humanos. O evento realizado no auditório Antonio Carlos Amorim, no Tribunal de Justiça do Rio, acolheu as famílias vítimas de violência no estado do Rio e comoveu a todos com uma cerimônia repleta de saudosismo e esperança. A solenidade foi aberta ao público e contou com a presença de autoridades do Poder Judiciário e Legislativo, além de estudantes e representantes de diversos movimentos sociais.
Todos acompanharam o Hino Nacional executado pela Orquestra da Maré do Amanhã | Foto: Luis Henrique
O evento teve início com a execução do Hino Nacional brasileiro, que foi interpretado pela Orquestra da Maré do Amanhã, um projeto social desenvolvido no Complexo da Maré, no Rio. Logo após a apresentação foi exibido um vídeo institucional do movimento “Gabriela Sou da Paz”, que emocionou a todos. Em seguida, a bailarina Ana Botafogo, que foi a mestre de cerimônia do evento, anunciou os vencedores desta edição. Na categoria Trabalhos Acadêmicos, o estudante de Direito Daniel Rodrigues Thomazelli foi o grande vencedor. A deputada federal Benedita da Silva (PT-RJ) foi a convidada para entregar a honraria de R$15.000,00.
Deputada Benedita da Silva entregou o prêmio da categoria Trabalhos Acadêmicos | Foto: Luis Henrique
O primeiro lugar da categoria de Práticas Humanísticas ficou com o movimento Mães da Cinelândia. A conselheira do Banco da Providência, Gisella Amaral, entregou o prêmio de R$ 15.000,00 à Regina Célia da Rocha, uma das organizadoras do movimento. Emocionada, Regina falou sobre a grande vitória de ter o trabalho reconhecido. “O nosso movimento luta desde os anos 90 pelos direitos humanos. O Prêmio é um alento para nós, que sempre reivindicamos e protestamos pelo respeito à vida. Isso é um reconhecimento que dá valor a nossa luta, que nos enche de expectativa e esperança da continuidade dos projetos sobre direitos humanos”, declarou a vencedora. Na categoria Redações do Ensino Fundamental, a estudante Sandy Alves Nunes, da Escola Municipal Anísio Teixeira, da Ilha do Governador foi a premiada e levou o tablet Samsung Galaxy Tab 10.1. O prêmio foi entregue pelo cartunista Ziraldo Alves.
Ziraldo e a estudante vencedora da categoria Redações do Ensino Fundamental | Foto: Luis Henrique
Durante a cerimônia o juiz Paulo Mello Feijó, vice-presidente da Associação, discursou sobre a importância do prêmio para aproximar a sociedade do Judiciário. “Através do exemplo de Patrícia Acioli, nós nos vimos compelidos a demonstrar e divulgar todo trabalho que é feito dentro do Judiciário, não apenas por Patrícia Acioli, mas por tantos outros magistrados que entendem e compreendem que o trabalho do juiz não é apenas ficar de uma mesa despachando processos ou atendendo partes. O trabalho do juiz tem que ir muito além disso, tem que ser um trabalho que se estenda para fora da porta dos tribunais e que, efetivamente, interfira na sociedade”, declarou o magistrado.
Gisella Amaral e integrantes do movimento Mães da Cinelândia | Foto: Luis Henrique
O juiz, que representou a Associação na solenidade, também enfatizou o valor da premiação para reconhecimento e divulgação de iniciativas ligadas ao tema. “Através desse Prêmio, os magistrados demonstram que estão trabalhando junto com a sociedade, nós precisamos de vocês todos dentro da casa da Justiça, todos os dias. A nossa intenção, com o Prêmio, é dar voz aos que precisam e merecem ter voz, é divulgar os trabalhos que prezam os direitos humanos e a fraternidade”, enfatizou Feijó.
Juiz Paulo Mello Feijó discursou sobre a importância do Prêmio | Foto: Luis Henrique
A idealizadora do Prêmio e diretora de Direitos Humanos da Associação, juíza Denise Appolinária, chamou a filha da juíza Patrícia Acioli, Ana Clara, ao palco e entregou uma orquídea em homenagem aos seus 15 anos completados na ocasião. Após a homenagem a juíza falou sobre o grande significado do Prêmio para as famílias vítimas de violência no Brasil. “A magistratura compreende que o prêmio criado em memória da juíza Patrícia Acioli é, na verdade, voltado para todas as vítimas de violência em todo o Brasil. Com isso, fincamos um ponto fundamental para a criação de mais e melhores políticas públicas, de modo que pessoas sejam cada vez menos vitimizadas”, disse a juíza. Após o discurso da juíza, foi a vez da magistrada receber a moção honrosa do vereador Renatinho (PSOL), de Niterói, que agradeceu e parabenizou a iniciativa da Associação.
Juiza Denise Appolinária homenageou a filha da juíza Patrícia Acioli, Ana Clara | Foto: Luis Henrique
Grande apoiador do Prêmio, o desembargador Siro Darlan, destacou a participação das crianças no evento e ressaltou a importância do prêmio para a formação dos jovens. “É uma alegria ver este auditório cheio, sobretudo de crianças, por isso saúdo todos vocês. Ninguém na nossa sociedade deve ser mais importante do que o cidadão, as crianças e os adolescentes. A Amaerj foi muito feliz quando criou o Conhecendo o Judiciário e trouxe o cidadão para a Justiça, para conhecer o verdadeiro Judiciário. E são esses cidadãos e estudantes que escrevem a nova história da cidadania brasileira, escrevendo através de suas redações, que hoje concorrem ao Prêmio”, declarou o magistrado.
O grupo Afrolata encerrou o evento com uma animada apresentação | Foto: Luis Henrique
O grande destaque do evento foram as diferentes atrações musicais. Após a apresentação da Orquestra do Amanhã, a Escola de Dança Maria Olenewa impressionou a todos com uma harmoniosa coreografia de balé. Em seguida, o ritmo brasileiro tomou conta do palco e um vibrante ensaio de samba contagiou a todos com as pequenas dançarinas e os percussionistas do Grupo Mangueira do Amanhã. Para encerrar em grande estilo, os meninos do Afrolata surpreenderam a platéia com uma eletrizante apresentação de tambores e passos coreografados.
Estiveram presentes entre outras autoridades os deputados federais Alessandro Molon (PT-RJ) e Chico Alencar (PSOL-RJ), o deputado estadual Marcelo Freixo (PSOL-RJ), o vereador Reimont ( PT-RJ) e a Sra Solange Louzada representando a Secretaria de Educação do Rio de Janeiro. O advogado Técio Lins e Silva também prestigiou a cerimônia.
A II edição do Prêmio Juíza Patrícia Acioli de Direitos Humanos contou com o apoio do Tribunal de Justiça do Rio (TJ-RJ), da Escola da Magistratura do Estado do Rio de Janeiro (Emerj), do Afroreggae e do movimento Gabriela Sou da Paz. A premiação teve patrocínio do Bradesco e da Rio Ônibus.
Vencedores:
Práticas Humanísticas
1º Movimento Mães da Cinelândia
2º Carmela Grüne (Projeto Direito no Cárcere)
3º Maria de Lourdes Fernandes Hermenegildo
Redações do Ensino Fundamental
1º Sandy Maria Alves Nunes (Escola Municipal Anísio Teixeira)
2º Adrieli da Silva Novato (Escola Municipal Paulo de Brito)
3º Luíza Sabino Rodrigues (Escola Municipal Von Martius)
Trabalhos Acadêmicos
1º Daniel Rodrigues Thomazelli
2º Fábio Alves Araújo
3º Arlei de Lorival Assucena
O prêmio
Criado em 2012, pela Amaerj, com o apoio do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro, o Prêmio Juíza Patrícia Acioli de Direitos Humanos homenageia a magistrada da 4ª Vara Criminal de São Gonçalo, assassinada em Piratininga, Niterói, em agosto de 2011, e enfatiza as causas humanistas. Tem, ainda, o propósito de demonstrar a necessidade de um trabalho preventivo de segurança dos magistrados.
Fonte: Assessoria de Imprensa da Amaerj