A Fundação Mundo Azul, que visa divulgar informações sobre o autismo na sociedade e lutar pelos direitos de crianças autistas e seus familiares, receberá hoje, às 18h, na Câmara Municipal do Rio de Janeiro, o Conjunto de Medalhas Pedro Ernesto. O grupo de pais da Fundação, idealizado pela juíza Keila Blank de Cnop, da 5ª Turma Recursal Cível do TJ-RJ, foi um dos responsáveis pela aprovação da Lei 12.764/12, também conhecida como Lei Berenice Piana, que instituiu a Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista, garantindo o acesso dessas crianças à educação, à saúde e ao mercado de trabalho. A comenda será entregue por iniciativa da vereadora Tânia Bastos (PRB- RJ).
A Fundação Mundo Azul ganha cada vez mais apoio para garantir os direitos das crianças autistas na Justiça
A magistrada explica que inicialmente o objetivo do grupo era apenas aumentar a discussão sobre a doença e que atualmente reivindicam mais opções de tratamento. “Agora a gente quer se constituir como Fundação para montar uma casa de atendimento, porque é muito difícil encontrar um especialista nessa área, o tratamento também é muito caro. Antes a gente apenas se preocupava em ampliar a discussão sobre o autismo”, explicou.
De acordo com a juíza, que possui um filho autista, o grupo de pais está sempre presente em encontros políticos para defender melhorias na legislação. Com o apoio da vereadora Tânia Bastos (PRB-RJ), o grupo conseguiu a aprovação do Projeto de Lei 900/11, que determina que a Prefeitura promova a divulgação da doença através de material impresso. O intuito da proposta é chamar a atenção dos pais para as alterações na interação social, comunicação e comportamento das crianças até três anos, período em que o autismo pode se manifestar.
Outro grande êxito obtido no âmbito legislativo foi a aprovação do Projeto de Lei 689/2011 e 737/2011, apresentado pelo grupo ao deputado estadual Xandrinho (PV-RJ), que prevê a criação de oito centros, em diferentes regiões do estado, com instalações físicas, equipamentos e área de reabilitação para atendimento de cada um dos casos. Em 23 de outubro, o governador Sergio Cabral recebeu o parlamentar e os membros da Fundação, garantindo a implantação imediata de dois centos especializados.
Para a juíza Keila Blank de Cnop, o grupo já alcançou muitas vitórias, mas ainda há muito a ser feito sobre a falta de conhecimento do autismo, que influencia diretamente na realização de um prognóstico correto .“Quanto antes a doença for identificada, mais eficaz será conseguir um bom tratamento. Atualmente, 1 para cada 50 nascimentos tem estado dentro do espectro autista”, finalizou. O grupo de pais sempre promove palestras, congressos e traz especialistas renomados do exterior para debater a questão do autismo no Brasil.
Segundo dados divulgados pela Associação de Amigos do Autista (Amma), embora inúmeras pesquisas ainda venham sendo desenvolvidas para definir a doença, existe um consenso em torno do entendimento de que o que caracteriza o autismo são aspectos observáveis como deficiência na comunicação e na interação social, além de comportamentos repetitivos e áreas restritas de interesse. A pesquisa ainda apontou que estas características estão presentes antes dos 3 anos de idade, sendo quatro vezes mais comuns em meninos do que em meninas.
Para mais informações sobre sintomas, cuidados, tratamentos e histórias de superação, acesse o site da Fundação Mundo Azul http://www.mundoazul.org.br/home/index.php.
Fonte: Assessoria de Imprensa da Amaerj