O ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), redigiu um artigo sobre a Copa das Confederações. No texto, o ministro faz uma retrospectiva do evento ao longo dos anos e também fala sobre a grandiosidade do campeonato.
Segue o artigo:
A bola vai rolar – Prá frente, Brasil!
*Marco Aurélio Mello
A Copa das Confederações não é para qualquer um. Para participar do torneio, uma seleção precisa ostentar, no mínimo, o título de campeã continental. Há, evidentemente, alternativas, não menos desafiadoras: sediar a competição, ganhar a última edição da Copa do Mundo ou, como vice, torcer – e muito – para que o campeão mundial se consagre vencedor no respectivo continente.
O figurino atual da competição apenas surgiu em 2005. A primeira edição, em 1992, não teve sequer uma fase de grupos. Foram apenas quatro jogos, disputados em Riad, capital da Arábia Saudita. A Argentina, contando com o talento de jogadores como Goycochea, Ruggeri, Redondo, Simeone, Caniggia e Batistuta, levou a Taça Rei Fahd para casa, ao vencer na final os anfitriões por três a um.
Riad ainda sediou todos os jogos da competição realizada em 1995, vencida pela “Dinamáquina” dos irmãos Laudrup. Do evento participaram as seleções da Nigéria e do Japão, equipes que também estarão presentes na edição brasileira do torneio. Os nigerianos, aliás, não sabem o que é perder um jogo da Copa das Confederações no tempo normal. Vale atentar para isso.
Em 1997, foi a vez do Brasil. A Austrália penou com a dupla de ataque Ro-Ro – Romário e Ronaldo -, autora dos seis gols que garantiram o título à Seleção Canarinho, que voltaria a levantar a taça nas edições de 2005 (Alemanha) e 2009 (África do Sul). Perdeu a final de 1999 para o México, em um jogo assistido por cento e dez mil pessoas. É o maior público já registrado até hoje em uma partida do campeonato. E o México está no Grupo do Brasil. Haja coração!
As edições de 2001 (Coreia/Japão) e 2003 (França) marcam não apenas a hegemonia dos gauleses na competição, mas sobretudo o início de importantes modificações na estrutura do torneio, que passa a ser realizado de quatro em quatro anos no país sede da Copa do Mundo, antecedendo-a, de modo a servir como teste.
O evento chega ao ano de 2013 revelando grandiosidade. Conforme divulgado na imprensa, os jogadores convocados pelas equipes participantes possuem valor de mercado conjunto de € 1,9 bilhão. A Seleção Brasileira é a segunda mais valiosa da competição (€ 446 milhões), perdendo apenas para a Espanha (€ 648 milhões). Dos 23 convocados, 15 integram times estrangeiros. Neymar, David Luiz, Hulk, Thiago Silva, Lucas, Oscar e Marcelo figuram na lista dos quarenta mais caros do campeonato. Em um torneio de vencedores, tanta fortuna, obviamente, só poderia ser administrada por vencedores. Daí a opção Scolari-Parreira.
O ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), redigiu um artigo sobre a Copa das Confederações. No texto, o ministro faz uma retrospectiva do evento ao longo dos anos e também fala sobre a grandiosidade do evento.
A escolha de Técnico e Coordenador Técnico comprova o zelo da CBF para com a Copa das Confederações, considerado o extenso currículo de ambos. Ainda que integrado por talentos de alto quilate, o êxito do time depende também daqueles que configuram o jogo. No particular, a esperança de sucesso mostra-se grande, mesmo porque somos otimistas e superamos, na arte do futebol, possíveis dificuldades. Admiro a competência e a dedicação com que Felipão e Parreira – este, amigo de longa data –, administram e lapidam os diamantes nacionais. Mais importante do que o jogo espetáculo é a busca pelo resultado final.
Paralelamente ao elevado nível técnico dos jogadores brasileiros, contamos com estádios novos, estrutura invejável não só das arenas, mas também da rede hoteleira e turística nas cidades nas quais se realizarão os jogos. O País, apaixonado por futebol, aguarda os torcedores, ansioso por demonstrar a capacidade de sediar eventos desse porte.
Aguardemos o rolar da bola. Que os deuses do futebol estejam em nossa torcida. E que os árbitros não estejam contra nós!
* Marco Aurélio Mello é Ministro do Supremo Tribunal Federal, Vice-Presidente do Tribunal Superior Eleitoral e Presidente do Instituto Metropolitano de Altos Estudos – IMAE.
Fonte: Assessoria de Imprensa da Amaerj