Novo presidente do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ), o desembargador Ricardo Couto de Castro concedeu, nesta sexta-feira (7), entrevista coletiva no Foyer, antes da cerimônia de posse. O magistrado destacou que sua administração terá foco na prestação jurisdicional de 1º grau e no investimento em modernização do TJ-RJ.
“Nós estamos investindo principalmente em tecnologia. Hoje, nós estamos no momento da tecnologia e este é o nosso investimento maior. O processo informatizado nos traz dois benefícios: econômico e temporal”, afirmou.
Magistrado há 32 anos, o desembargador mencionou inovações como o uso da inteligência artificial pelo Tribunal e da implantação do sistema de processo judicial eletrônico Eproc, cuja implantação classificou como “atitude correta” do TJ-RJ, inspirada no Tribunal de Justiça e na Justiça Federal do Rio Grande do Sul.
“A visão [do TJ-RJ] foi de trazer a melhor programação para o Estado do Rio de Janeiro. Nestes dois anos, a tecnologia chegará: conseguimos descobrir um programa que é efetivo. Falamos também em inteligência artificial. A IA terá capacidade de substituir o julgador? Eu acho que não, é impossível. Mas a IA funciona para tornar o processo mais célere. Ajuda na celeridade, mas não substitui o julgador”, opinou o novo presidente.
Perguntado se fará ações específicas para o interior do Estado, Ricardo Couto destacou que há necessidade da realização de concursos públicos para preencher vacâncias dos Fóruns com profissionais capacitados. “Hoje, devo estar formando uma comissão para analisar como está o interior, sei que há uma carência muito grande de magistrados. Os olhos estarão voltados para o interior, vamos ver se conseguimos levar juízes para as comarcas do interior para termos uma prestação jurisdicional correta”.
Ao falar sobre a democratização do acesso à Justiça e conscientização da população sobre a cidadania, o desembargador convocou instituições para auxiliar o Tribunal. “Nós temos que intensificar essa modalidade de transmissão do conhecimento da forma de acesso [dos cidadãos à Justiça]. Gostaria de chamar a OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), a Defensoria Pública, o Ministério Público para entrar nesta batalha de conscientização de cidadania à população.”
Ao fim da entrevista, Ricardo Couto declarou que pretende seguir com uma administração semelhante a dos presidentes anteriores, dando continuidade ao trabalho que vem sendo realizado pelo TJ-RJ. “A minha administração será uma sucessão e está dentro de uma linha de responsabilidade e eticidade que o Tribunal de Justiça do Rio já vem desempenhando”, enfatizou.