Notícias | 21 de fevereiro de 2011 15:51

Jornal de Búzios apura fatos envolvendo juiz João Carlos Correa

O jornal “Primeira Hora”, de Búzios, em matéria intitulada “Juiz de Búzios prepara informações à Corregedoria do TJ”, apura acusações envolvendo o juiz João Carlos Correa. O magistrado, titular da 1ª Vara de Búzios, está sendo investigado pela Corregedoria do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ). O periódico também publicou um artigo do colunista Eduardo Almeida que defende o juiz.

Na matéria o jornal desmente as acusações de que o magistrado deixou dívidas com o Hotel Atlântico. A gerência do hotel, em nota oficial, afirma que “nem sequer houve a mencionada festa”, como foi noticiado pelo jornal “O Globo”.

Já no artigo, o colunista afirma que o magistrado ajudou a promover a ordem na localidade. Segundo o texto, o trabalho do magistrado fez com que traficantes e estupradores se afastassem da região, trazendo mais segurança à população. “Os traficantes foram saindo de fininho e indo para outras freguesias, as invasões foram escasseando, os estupros foram caindo, os policiais chegando, a Delegacia Legal é fruto de sua atuação junto ao Poder Central no Rio de Janeiro. Em suma, só um cara do bem e valente pode encarar uma cidade como esta”, garante o jornalista.

Confira a matéria completa:

Juiz de Búzios prepara informações à Corregedoria do TJ

O Juiz João Carlos Corrêa foi procurado pelo PH na tarde de sexta-feira (18), mas não quis se estender muito sobre informações que estão sendo sistematicamente veiculadas num seriado de matérias publicadas em destaque pelo jornal O Globo desta semana.

Segundo o magistrado, trata-se de matérias mal apuradas, e com o intuito de denegrir a sua imagem, especialmente no momento em que julga uma ação, movida pelo MP do Rio de Janeiro, e que seguiu uma longa investigação da DRACO (do Crime Organizado), com um longo rol de denunciados por tráfico de drogas e associação à droga.

Na homenagem que a Câmara de Vereadores prestava ao magistrado por completar 7 anos à frente da Comarca, o secretário de Planejamento e Orçamento do Município, Ruy Borba, em sua fala apontara para esta direção, afirmando que colaboradores do semanário Peru Molhado tinham os seus nomes entre os investigados. ‘O semanário publicou matéria difamatória sem mensageiro e sem mensagem, embalado pela droga, para produzir uma droga de matéria’, segundo Borba. O semanário também se gaba de plantar notas nas principais colunas do jornalão, induzindo muitas vezes consagrados colunistas como, Alcelmo Góes e Joaquim Ferreira dos Santos, a erro. É notória a alegada ascendência da tosca e irresponsável editoria do Jornal Perú Molhado, e pessoas ligadas a ele, sobre as pautas produzidas pelo ‘O Globo’, na Cidade.

Hotel Atlântico nega declarações reproduzidas irresponsavelmente pelo O Globo

O PH apurou junto à Gerência do Hotel Atlântico (cópia da declaração do hotel em poder do Jornal) de que o juiz sempre pagara as suas contas de hospedagem e alimentação, e que nem sequer houve a mencionada festa, como O Globo noticiara. O Gerente Carlos Neto foi peremptório ao negar tal declaração, citada na matéria do O Globo, de onde pode se supor que nem mesmo a existência do advogado Marcelo Bianchi, citado na matéria como um dos hóspedes que teriam reclamado do barulho, seja verdade. Esta revelação feita pela gerencia do Hotel Atlântico desmonta a versão do jornal de que teria havido ‘uma suruba’ num dos quartos ocupados pelo magistrado, imputação grave com vistas a atacar a honra e a moral do Juiz, bem como desestabilizar as relações do magistrado com sua família. ‘Saí do hotel ás 13h00 da quarta-feira (9) e não voltei’, afirmou João Carlos Corrêa na tarde de ontem (18).

Nomes das fontes citadas nas matérias do jornal O Globo podem ser obra de ficção

Quanto às despesas realizadas pelo magistrado, a própria Associação Comercial e Empresarial de Búzios – ACEB atesta que nunca recebeu registro de nenhum de seus associados, sobre o juiz ter deixado de pagar suas despesas, não reconhecendo também a existência de André Nascimento entre os seus associados. Também no cadastro de contribuintes do Município não foi encontrado ninguém com esse nome, o que leva a crer que também o jornalão não tivesse feito a apuração corretamente. Até mesmo a charutaria da Cidade nega que tivesse sido abordada pelo juiz, e que este teria deixado de pagar por eventual compra.

Ruy Borba, secretário de Planejamento, afirmou que ‘as matérias mal apuradas pelo colega do O Globo podem estar servindo a propósitos criminosos, com a finalidade de desestabilizar o juiz. Como é de conhecimento público Dr. João Carlos é quem julga o processo contra a droga, e está colocando sistematicamente no banco dos réus dezenas de denunciados, inclusive pessoas de influência na Cidade’.

Para o secretário, ‘a proximidade das eleições, e um novo arranjo de forças na Justiça Eleitoral no Estado, embora seja de nível do Judiciário Federal, podem também estar causando uma tensão, para lá na frente as abóboras se acomodarem de forma a melhor atender conveniências’.

– Recentemente, tive uma altercação com o então Juiz Eleitoral Rafael Rezende, que julgava uma ação de cassação do mandato do atual prefeito Mirinho Braga. Todos acompanharam a discussão, que virou pública, tendo entrado nessa dança um promotor de Justiça, Eleitoral no caso, calouro, eu suponho, para não falar o pior. Aquele episódio pode ter sido o prenúncio. Estou atento a esses movimentos, e o CNJ também na pessoa da ministra corregedora Eliana Calmon – enfatizou Ruy Borba.

Informações sobre calote na Ampla são falsas

Segundo informações obtidas também na tarde ontem, as contas da Ampla em nome do Juiz João Carlos Corrêa sempre estiveram pagas e ele, em momento algum, ficou devendo, como foi noticiado pelo O Globo, a concessionária. O jornal chegou a dizer que o magistrado ficou devendo uma expressiva soma e que, por este motivo, teria tido sua luz cortada, fato negado por ele na tarde de sexta-feira.

Magistrado já havia sido alvo de matérias mal apuradas

Em 2009, o jornal O Globo entrevistou o juiz, na residência em que mora com sua esposa, a deputada Alice Tamborindeguy, e, segundo o magistrado, ao contrário do que foi conversado ao longo da entrevista, o texto publicado colocava em dúvida decisões prolatadas pela Justiça de Búzios, sobre conflitos de terras em Tucuns. O que mais chamou a atenção do Juiz na época foi que as decisões dadas por ele já haviam todas sido confirmadas pelo TJ quando a matéria foi publicada. ‘Caso houvesse dúvida ou pairassem questões polêmicas e obscuras sobre o assunto, o Tribunal de Justiça não confirmaria tais Decisões’, disse ele logo após a publicação da matéria. Nas edições seguintes o jornal não se pronunciou a respeito deste fato limitando-se a rotular, de forma vaga, as decisões como sendo suspeitas. Novamente a questão volta a pauta da Imprensa nacional, mais uma vez pela metade.

Fonte: Jornal Primeira Hora