Em entrevista ao programa “Conversa com Bial”, da TV Globo, o ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), falou sobre as tentativas de se paralisar a Operação Lava-Jato. “A Lava-Jato é vítima de uma grande operação abafa, a sociedade tem que estar mobilizada. A Lava-Jato sobreviveu pela sociedade e pela imprensa. Há uma semente plantada, nunca mais será como antes”, afirmou.
Ele destacou que a coragem do país em não ’empurrar a poeira para debaixo do tapete’. “Talvez nenhum país no mundo tenha tido a coragem de fazer o que o Brasil está fazendo. Temos que aproveitar essa oportunidade com determinação. Vamos criar um país em que a integridade é o ponto de partida.”
Na entrevista, exibida na terça-feira (22), Barroso comentou o atual cenário político do Brasil, a delação premiada, o foro privilegiado e a descriminalização da maconha. “A guerra às drogas fracassou completamente desde que começou, há quase 40 anos. A única coisa que a proibição e a ilegalidade fazem é dar monopólio ao traficante. É preciso quebrar o poder do tráfico nas comunidades. É preciso encontrar uma fórmula para neutralizar o poder do tráfico”, disse.
Durante a conversa, Pedro Bial fez uma pergunta ao ministro, em alusão a Gilmar Mendes. “Se o senhor fosse padrinho de casamento da filha de um amigo seu e esse amigo fosse preso, o senhor se sentiria desimpedido de dar um habeas corpus para soltar esse amigo?”
Barroso respondeu: “Tenho por princípio não comentar a decisão de colegas e nem criticá-los publicamente, tenho o hábito de não fazer isso. O que não quer dizer que eu não tenha opiniões, mas acho que a vida funciona melhor assim. Mas a resposta, se você estiver perguntando a mim, é não. Não julgaria”.