Notícias | 09 de março de 2012 15:00

“Antígona” leva 13 magistrados ao palco do CCPJ-Rio

Com um elenco formado por 13 magistrados (aposentados e da ativa), a leitura dramatizada de “Antígona”, do escritor grego Sófocles, é o décimo segundo espetáculo do “Teatro na Justiça”, do Centro Cultural do Poder Judiciário do Rio de Janeiro (CCPJ-Rio). As apresentações acontecem sempre as segundas e terças deste mês, às 19h.

Foto: Adriana Lorete

Em cena, duas gerações de magistrados. Seis desembargadores aposentados integram o coro da tragédia – Antonio Izaías Abreu, Carlos Ferrari, Décio Gama, Miguel Pachá, Ricardo Bustamante e Ronald Valladares; além de cinco desembargadores e duas juízas da ativa que dão vida aos personagens – Antígona (Elizabeth Louro) Creonte (Claudio dell’Orto), Ismene (Ana Maria Oliveira), Guarda e Eurídice (Katya Monnerat), Hêmon (André Gustavo Andrade), Mensageiro (Andrea Pachá) e Tirésias (Cristina Gaulia).

“Antígona” é segunda incursão do “Teatro na Justiça” por espetáculos formados de elencos exclusivamente de magistrados do Tribunal de Justiça do Rio. O primeiro deles, “Os Físicos”, de Friedrich Dürrenmatt, foi apresentado em 2010 e 2011 no Salão Histórico do Primeiro Tribunal do Júri, com elenco de sete magistrados da ativa. Em “Antígona”, o primeiro grupo permaneceu e foi acrescido de seis desembargadores aposentados, com faixa etária entre 72 a 86 anos, que interpretam o coro de anciãos da tragédia. Segundo Silvia Monte, diretora do espetáculo, “Nossa “Antígona” é uma troca de experiências entre duas gerações de magistrados, diante de um clássico que reflete, entre outras coisas, sobre o poder de decidir.”

Completam a ficha artística de “Antígona”: José Henrique assina a luz, Ney Madeira é responsável pelo figurino, enquanto Claudia Taylor pelos adereços; e a trilha sonora, assinada pela direção, é composta por músicas de “Baghdad Music Journal”, de Will Thompson.

Apresentada pela primeira vez por volta de 441 a.C, “Antígona” compõe o grupo de tragédias conhecidas como “Trilogia Tebana” de Sófocles, da qual também fazem parte “Édipo Rei” (430 a.C.) e “Édipo em Colono” (reapresentada pela primeira vez em 401 a.C, postumamente, em Atenas). A trilogia trata de um dos temas preferidos pelos tragediógrafos gregos, as desditas de três gerações dos descendentes do Rei Lábdaco (Laio, Édipo e seus filhos).

A peça começa um dia após o término da guerra de Argos contra Tebas, na qual Tebas é vitoriosa. Os dois filhos de Édipo e Jocasta, Etéocles e Polinices, lutaram de lados opostos e mataram-se um ao outro, junto às muralhas da cidade. Creonte, irmão de Jocasta, torna-se o novo rei de Tebas e convoca os mais antigos cidadãos tebanos para proclamar seu primeiro edito. O rei proíbe que Polinices, que lutou contra Tebas, seja enterrado. Antígona, apesar de ciente do decreto real, decide enterrar o irmão. Creonte ao saber da transgressão condena a jovem à morte, e dá-se o início de uma série de consequências trágicas.

Sófocles (496 a.C / 406 a.C)

Dramaturgo grego natural de Colono, subúrbio de Atenas. Aos 28 anos obeve sua primeira vitória num concurso trágico em que venceu Ésquilo, o mais velho dos três grandes tragediógrafos da Grécia clássica. Sófocles compôs aproximadamente 123 peças teatrais e obteve 24 vitórias nos concursos trágicos. Desta vasta produção, chegaram até nossos dias sete tragédias completas: “Aias”, “Antígona”, “Édipo Rei”, “Traquínias”, “Electra”, “Filoctetes” e “Édipo em Colono”, além de um drama satírico incompleto (“Os Sabujos”) e numerosos fragmentos de peças perdidas.

“Teatro na Justiça” (1999- 2012)

No palco do “Teatro na Justiça” estão presentes profissionais do Teatro e do Direito dialogando em cena sobre o conflito que rege e constitui a essência do homem. Desde 1999 tem realizado espetáculos inéditos, sob a forma de leitura dramatizada que se propõem a refletir valores de justiça: “Antígona”, de Sófocles (2011); “Os Físicos”, de Friedrich Dürrenmatt (2010); “O Bilontra” (2008), de Arthur Azevedo; “Assim é… (se lhe parece)”, de Luigi Pirandello (2007); “Oréstia”, de Ésquilo (2006); “O Processo”, de Franz Kafka (2005); “A Pane”, de Friedrich Dürrenmatt (2004); “O Caso Alma”, de Terence Rattigan (2003); “O Vento será sua herança”, de Jerome Lawrence e Robert E. Lee (2002); “Doze jurados e uma sentença”, de Reginald Rose (2001); “Medéia no banco dos réus”, baseado na tragédia “Medéia”, de Eurípides (2000); “Testemunha da acusação”, de Agatha Cristie (1999). A direção dos dez primeiros espetáculos coube a José Henrique, enquanto as duas mais recentes montagens são direção de Sílvia Monte; ambos idealizadores e diretores artísticos do “Teatro na Justiça”.

Centro Cultural do Poder Judiciário do Estado do Rio de Janeiro (CCPJ-Rio)

Braço cultural do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro, o CCPJ-Rio iniciou suas atividades em novembro de 2010, na ocasião da reabertura do Antigo Palácio da Justiça, construído em 1926 para instalar a Corte de Apelação do então Distrito Federal. Desde então, o CCPJ-Rio tem oferecido à população programação gratuita rica e diversificada com o compromisso de criar e estimular programas especiais que, aos poucos, formem a identidade de um Centro Cultural promovido pela e na Casa da Justiça, consolidando, assim, a sua missão: privilegiar o conhecimento e a arte como condições essenciais ao pleno exercício da cidadania.

ANTÍGONA

Andrea Pachá / André Andrade / Ana Maria Oliveira/ Antonio Izaías Abreu / Carlos Ferrari / Claudio dell’ Orto/ Cristina Gaulia / Décio Gama / Elizabeth Louro / Katya Monnerat/ Miguel Pachá / Ricardo Bustamente / Ronald Valladares

Local: Centro Cultural do Poder Judiciário do Estado do Rio de Janeiro – Antigo Palácio da Justiça – Sala Multiuso

Site: http://portaltj.tjrj.jus.br/web/guest/institucional/centrocultural

Endereço: Rua Dom Manuel, 29, Centro – Rio de Janeiro – RJ

Temporada: Segundas e terças até 27 de março

Horário: 19 horas

Distribuição de senhas no local: 18h30

Capacidade: 60 lugares

Duração do espetáculo: 75min

Recomendação etária: 12 anos

Telefones para informações: (21) 3133-3366 / 3133-3368

E-mail: ccpjrio@tjrj.jus.br

Entrada Franca

Fonte: TJ-RJ