Até o dia 19 de outubro, o palco do Theatro Municipal do Rio de Janeiro será transformado em uma pequena aldeia da Cracóvia, na Polônia. Nela, Swanilda, Franz, Doutor Coppelius, a boneca Coppélia e todos os demais aldeães contarão em três atos, a história de um ballet, que diferentemente dos outros ballets românticos de sua época, tem um caráter cômico e um grande apelo popular.

Sua concepção foi longa e complicada. Em 1867, na Ópera de Paris, o coreógrafo Arthur Saint-León e o libretista Charles Nuitter reuniram-se para criar “A menina dos olhos de esmalte”, que seria baseado no conto Der Sandmann (O homem de areia) e teria partitura de Léo Delibes. Acontece que esses três artistas já tinham diversos outros compromissos assumidos, o que fez com que a estreia só acontecesse três anos mais tarde, em 25 de Maio de 1870.

Com o nome definitivo de “Coppelia”, o ballet estreou com grande sucesso devido à brilhante música de Léo Delibes, que escreveu diferentes temas para identificar cada personagem: Swanilda ganhou uma delicada valsa, Doutor Coppelius, uma melodia rítmica e grave, e a boneca Coppélia recebeu uma melodia em cânone feita pelos sopros e marcada com pizzicatos nas cordas. Seu êxito deve-se também à vivacidade coreográfica de Saint León e por ter sido o primeiro ballet clássico de repertório a utilizar as danças folclóricas como czardas, mazurkas e polcas, o que garantiu extrema popularidade. A primeira Swanilda foi interpretada por Giuseppina Bozacchi que tinha apenas 15 anos e o papel de Franz foi feito pela bailarina Eugènie Fiocre, em travesti, devido à decadência da dança masculina na época.

Infelizmente, a versão de Saint-León foi muito pouco utilizada nas produções seguintes pelo resto do mundo. O que se monta hoje é uma mistura de diversas versões, baseadas principalmente na de L. Ivanov, criada para o Teatro Marinsky, de São Petersburgo em 1884.

O Theatro Municipal do Rio de Janeiro apresentará a versão do cubano Enrique Martinez, apresentada pela primeira vez por essa companhia em 1981. No papel de Swanilda estarão as bailarinas Claudia Mota, Márcia Jaqueline e Renata Tubarão, o papel de Franz será interpretado por Cícero Gomes, Filipe Moreira e Moacir Emanoel.

Coppélia, sob a direção de Sérgio Lobato e direção artística de Dalal Achcar, é uma excelente oportunidade para aqueles que quiserem presenciar uma história repleta de alegria, técnica, emoção e com um final mais do que feliz: o casamento de Franz e Swanilda, celebrando o amor e a vida.

Conheça um pouco mais da história do Ballet:

Ato I

Em uma vila da Cracóvia, Swanilda avista Coppélia, uma moça que todos os dias lê um livro na sacada da casa do exótico Doutor Coppélius. Swanilda tenta atrair sua atenção, mas não consegue. Franz, o noivo de Swanilda, chega com flores. Sem encontrá-la e já indo embora, avista Coppélia, que o surpreende ao deixar cair seu livro, levanta-se e lhe joga um beijo. Swanilda, ao ver Franz mandar um beijo de volta para Coppélia, fica furiosa por ele estar flertando com outra menina na véspera de seu casamento.

Doutor Coppelius certifica-se de que a praça da aldeia está vazia antes de deixar sua casa e sua querida Coppélia, mas é surpreendido por jovens que o importunam. Swanilda sai de sua casa para ajudá-lo, mas ele, irritado, vai embora, deixando-a de lado. Swanilda percebe que Coppelius deixou cair a chave da porta da frente de sua casa. Ela e suas amigas decidem entrar na misteriosa casa, para saber o que há lá dentro e para falar com sua rival, Coppélia.

Ato II

Dentro da escura e misteriosa casa de Doutor Coppelius, as garotas encontram Coppélia atrás de uma cortina e ficam surpresas ao notar que ela é apenas uma boneca mecânica, tão bem feita que parece humana. Elas se divertem ao lembrar que Franz provavelmente se apaixonou por uma boneca.

Coppelius retorna, procura por sua chave, e percebe que sua porta está aberta. Ele expulsa as garotas de casa, exceto Swanilda, que se esconde atrás da cortina, juntamente com Coppélia. Franz chega, esperando encontrar Coppélia, mas Coppelius o afronta. Enquanto Franz explica que quer conhecer a atraente moça, Coppelius tem uma ideia. Ele oferece a Franz uma bebida, na qual colocou uma poção adormecedora. Franz cai adormecido e Coppelius inicia a execução de seu plano: ele pretende roubar a força vital de Franz e transferi-la para Coppélia. Swanilda, que escondida, percebera tudo, veste as roupas de Coppélia, fingindo ganhar vida com a magia do velho. Coppelius fica emocionado quando vê sua mais perfeita boneca tomar vida, pois finalmente terá alguém real para dividir sua solidão. Os sons de atividade do lado de fora da casa anunciam o amanhecer. Swanilda finalmente consegue despertar o sonolento Franz, revelando ao Coppelius que ela não é a boneca e em seguida foge da casa com seu noivo.

Ato III

Todos dançam e comemoram o casamento de Franz e Swanilda, mas Coppelius interrompe, exigindo uma compensação pelos danos causados por Swanilda. Ela oferece seu dote e seu pai, o burgomestre, ainda acrescenta mais uma sacola de ouro para o velho artesão, que abençoa o casamento. 

Teatro Municipal
Até 19 out 2014
qua, qui e sex 20:00 | dom 17:00
R$ 25.00 (galeria); R$ 60.00 (balcão superior); R$ 84.00 (plateia e balcão nobre); R$ 504.00 (frisa e camarote)

Fonte: Radar da Produção