A tumultuada biografia do escritor irlandês Oscar Wilde, que passou parte do fim de sua vida preso por “cometer atos imorais com rapazes”, é o pano de fundo para a peça “Beije minha lápide”, que estreia nesta sexta, dia 29 de agosto, no Centro Cultural Correios. No espetáculo, Marco Nanini é Bala, um fã ardoroso de Wilde preso após quebrar a parede de vidro que protege o túmulo do escritor, em um cemitério de Paris. A história, ficcional mas baseada em fatos (a tal barreira, que impede os beijos dos fãs na lápide, de fato existe), é um texto inédito de Jô Bilac, que, sem pretensão a biografia, levanta algumas questões atuais sobre preconceito e julgamento.
— Bala, que também é escritor, bissexual e comunga com o pensamento de Oscar Wilde, questiona o absurdo do julgamento do escritor, a maneira como ele foi tratado. De forma intencional mas não panfletária, a peça tem um discurso contra essa onda violenta de nossa sociedade, que se manifesta não somente no preconceito sexual, mas também no racial — diz Marco Nanini, que idealizou o projeto com Felipe Hirsch.
Nanini divide a cena com Carolina Pismel, Júlia Marini e Paulo Verlings, da Cia. Teatro Independente. A peça, dirigida por Bel Garcia, fica em cartaz até 5 de outubro.
Mais informações:
Rua Visconde de Itaboraí, 20, Centro. Estreia hoje. Até 5/10. Sexta a domingo, às 19h. R$ 20.
Rua Alcindo Guanabara, 17, Centro. Estreia dia 11/10. Até 26/10. Sexta a domingo, às 19h. R$ 20.
Fonte: Rio Show