O Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro (TJ-RJ) promoveu nesta segunda-feira (21) a cerimônia de lançamento da 8ª edição da Semana da Justiça pela Paz em Casa, coordenada pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Presidente do CNJ e do Supremo Tribunal Federal (STF), a ministra Cármen Lúcia, impossibilitada de vir ao Rio por falta de condições de pouso do avião que a traria de Brasília, mandou uma mensagem de saudações por vídeo. Os eventos irão até a próxima sexta-feira (25).
A solenidade foi conduzida pelo presidente do TJ-RJ, desembargador Milton Fernandes. Participaram o corregedor-geral de Justiça, Cláudio de Mello Tavares; o diretor-geral da EMERJ, Ricardo Rodrigues Cardozo; a presidente da AMAERJ, Renata Gil; o presidente da AMB, Jayme de Oliveira; e a desembargadora Suely Lopes Magalhães, da Coordenadoria Estadual da Mulher em Situação de Violência Doméstica e Familiar, entre outras autoridades civis e judiciárias.
Em rápida fala na abertura do evento, o presidente do TJ-RJ disse considerar a questão da violência doméstica “um tema muito atual e preocupante no Brasil de hoje”. O corregedor Cláudio Tavares lamentou o Brasil estar na quinta posição no ranking mundial do feminicídio, segundo levantamento da ONU. Ele enalteceu a ação do TJ-RJ no combate à violência no lar, que, de 2011 a 2016, “conduziu mais de 20 mil medidas” com a meta de “proteger mulheres com a vida em risco”.
A presidente da AMAERJ comemorou a “data especial”. “Este é um ato de cidadania para chamar a sociedade a se engajar no combate à violência doméstica”, disse Renata Gil, acrescentando que a AMAERJ “tem procurado adotar iniciativas modernas para estar ao lado da sociedade”.
O presidente da AMB elogiou a atuação do Judiciário do Rio e da direção da AMAERJ em ações de combate à violência no lar.
“O que percebemos nas estatísticas é que o agressor, de um modo geral, está dentro de casa ou no entorno do lar. Isso nos leva a refletir sobre a importância que tem o núcleo familiar. Quem escolheu trabalhar na magistratura tem que amar as pessoas. Nossa atividade lida com gente, lida com pessoas”, afirmou.
Ao final da solenidade, em fala emocionada, a atriz Maitê Proença relatou com detalhes o dramático episódio que viveu aos 12 anos de idade, quando o pai assassinou a mãe. Ela disse que as pessoas devem estar atentas a episódios que podem representar o início de “uma escalada” de violência familiar. Citou como exemplos “um objeto que voa”, “uma palavra”, “um tapa”.
“Esse é o momento de usar os dispositivos da lei, de gritar ‘para’. O primeiro gesto de violência pode ser o início do fim”, alertou a artista.
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