Coronavírus contamina populações e extingue turismo nos grandes destinos mundiais
Por Sergio Torres
Quem em sã consciência poderia imaginar, na passagem de 2019 para 2020, que chegaríamos ao fim do primeiro semestre contabilizando milhares de mortos, trancados em casa, desinfetando com sofreguidão tomates e sacos de batata palha? Para o aficcionado por viagens, quem sonharia ver o papa Francisco rezar sozinho na praça do Vaticano? Ou, ainda, o mítico Times Square completamente vazio, sem um turista sequer?
Pois é, tudo isso aconteceu. A pandemia do coronavírus afetou, seguramente, a esmagadora maioria dos setores empresariais do planeta. O turismo é um dos mais prejudicados. A Covid-19 acabou com as viagens a lazer e, consequentemente, com empregos e empresas.
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Companhias aéreas estão indo à bancarrota. Agências de turismo – até mesmo as de maior porte – já anunciaram o encerramento de suas atividades. Toda a cadeia do setor turístico tem sido afetada de modo tão drástico que milhões de pessoas mundo afora já sabem que haverá dificuldades para reaver as quantias gastas com antecedências em viagens impedidas de acontecer.
No turismo, esta pandemia proporcionou imagens que entrarão para a história. Não só o solitário papa no Vaticano. Não só o Times Square (uma das principais atrações de Nova York) às moscas. Não só os canais de Veneza apresentando, pela primeira vez em décadas, águas cristalinas.
Há imagens dramáticas, como as que mostram transatlânticos atracados nos portos sem que passageiros (às centenas) e tripulantes tenham autorização para o desembarque, pois dentro das embarcações acumulavam-se doentes vitimados pela pandemia e até mortos.
Os cartões turísticos mundiais foram mostrados ao longo dos meses de forma inusitada: o entorno da Torre Eiffel ocupado apenas pelos pombos de Paris; para garantir o isolamento, guardas de Londres na vigília às margens do rio Tâmisa, com o Parlamento e o Big Ben ao fundo; a desolada pedestre na orla de Cannes (Costa Azul da França) com máscara no rosto, acompanhada de seu cachorro.
Ao final deste semestre alguns dos grandes destinos turísticos mundiais, como Espanha e França, passaram a abrir aos poucos suas ruas aos moradores. Assim, os turistas também começam a voltar. A nós, brasileiros, resta saber ser teremos condições de retomar as viagens internacionais. Os números trágicos da pandemia por aqui ainda não permitem a volta de todos os voos internacionais existentes antes da crise. Aguardemos, então, os rumos do turismo neste segundo semestre.