AMAERJ | 07 de julho de 2020 10:04

Revista FÓRUM: Combate associativo contra a Covid-19

Funcionário Vinícius Ribeiro entrega doações ao Abrigo do Cristo Redentor

Parceria da AMAERJ com três entidades angaria mais de R$ 100 mil em ação solidária no decorrer da pandemia

Por Evelyn Soares

Na primeira pandemia enfrentada pela humanidade em pouco mais de cem anos, a solidariedade foi a resposta mundial. O desejo de ajudar a combater a doença que parou o mundo prevaleceu, e a AMAERJ fez sua parte neste movimento global. Em 23 de março, iniciou a campanha de solidariedade que ajudou o sistema público de saúde, populações vulneráveis e instituições de auxílio às vítimas e aos desamparados.

A primeira entidade a se unir nesta frente foi a Amatra-1 (Associação dos Magistrados da Justiça do Trabalho da 1ª Região). Em seguida, a Ajuferjes (Associação dos Juízes Federais do Rio de Janeiro e do Espirito Santo) e o IAB Nacional (Instituto dos Advogados Brasileiros) ingressaram no grupo. Com três fases finalizadas, as doações somaram R$ 115.740,59. Ao todo, 30.246 produtos foram comprados e distribuídos.

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AMAERJ protege os funcionários contra a pandemia

A campanha foi amplamente divulgada nas mídias tradicionais e, promovendo transparência, seus resultados são publicados no site da Associação. No início da segunda fase, o presidente da AMAERJ, Felipe Gonçalves, foi entrevistado pela TV Globo. “Esta crise não será superada se não mantivermos as devidas medidas sanitárias impostas pelas autoridades e também se não tivermos exercício de solidariedade. Todos nós podemos ajudar, de alguma maneira, o próximo”, disse ele, ao vivo.

Os presidentes das demais instituições também se manifestaram. O da Amatra-1, Flávio Alves Pereira, destacou que “a iniciativa conjunta das associações mostra como a sociedade civil pode exercitar a solidariedade com as pessoas que necessitam de auxílio em momentos trágicos”.

Renato Pessanha, que preside a Ajuferjes, lembrou que a tarefa diária dos magistrados tem muito a ver com a situação atual. “Procuramos fazer a resolução de conflitos na sociedade e, no momento, esta pandemia é o conflito mais presente no dia a dia das pessoas.”

Para a presidente do IAB, Rita Cortez, a campanha “é uma iniciativa não só louvável, mas extremamente importante”. Ela lembrou que “a atuação conjunta de todos os agentes no nosso sistema de Justiça pode ser um alento nesta situação extrema e excepcional pela qual passa a sociedade brasileira”.

Duas desembargadoras do TJ-RJ (Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro) participam ativamente da campanha. Diretora de Assistência e Previdência da AMAERJ, Regina Lúcia Passos comentou que “devemos estar próximos do sofrimento da população e irmanados na tentativa de diminuir as consequências dessa grave pandemia”. Inês da Trindade Chaves de Melo asseverou: “este é o momento de nos unirmos para ajudar os profissionais e a população”.

Fases e resultados

Entre 23 de março e 3 de abril, AMAERJ, AMATRA-1 e Ajuferjes arrecadaram R$ 38.947,45. O valor foi aplicado na compra de 7.140 unidades de materiais hospitalares: 3.600 pares de luvas, 1.500 máscaras, 800 gorros cirúrgicos, 600 óculos, 600 aventais e 40 frascos de álcool gel (200 litros). O material foi entregue ao Hospital Universitário Pedro Ernesto (Hupe), em Vila Isabel, Zona Norte do Rio de Janeiro. A funcionária do departamento administrativo do Pedro Ernesto, Ana Karen, recebeu as doações.

Ana Karen recebe doações no Pedro Ernesto na primeira fase

A segunda fase da campanha de solidariedade, entre 13 de abril e 2 de maio, foi marcada pela entrada do IAB Nacional e por uma grata surpresa. A doação anônima de R$ 30.660,00 de uma magistrada do Rio de Janeiro foi determinante para a compra de dois ventiladores pulmonares neonatais (CPAP). Os materiais atendem os recém-nascidos com doenças simples, e não pacientes com coronavírus. Mas a carência destes ventiladores no Hupe fez com as equipes utilizassem nos bebês os respiradores que ajudariam as vítimas da Covid-19. Os equipamentos foram entregues em 10 de junho e, assim, a unidade liberou respiradores para o tratamento exclusivo dos infectados pela nova doença.

O total arrecadado na segunda etapa foi 33% maior do que na primeira: R$ 58.024,35. Além dos equipamentos hospitalares, foram distribuídas, nos dias 14 e 15 de maio, 533 cestas básicas destinadas a nove entidades da sociedade civil e 85 famílias em Duque de Caxias (cidade na Baixada Fluminense). Cem cobertores destinados a moradores foram doados, em 20 de maio, à Missão Amor que Cura, criada em 2015 pelo Hospital São Francisco da Providência de Deus, na Tijuca (Zona Norte).

Cobertores entregues à Missão Amor que Cura

Seis dias depois, o Hupe e o Abrigo do Cristo Redentor, que ampara 130 idosos diariamente, receberam doações. Ao hospital, foram destinados 305 aventais impermeáveis longos, 20 mil unidades de luvas e 69 máscaras modelo N95. Sediado na cidade de São Gonçalo (Região Metropolitana), o abrigo recebeu 30 máscaras N95 e cem aventais.

A terceira etapa compreendeu o período de 18 de maio a 10 de junho, quando foram arrecadados R$ 18.768,79, investidos na compra de 2.866 produtos. Desta vez, os produtos foram destinados a instituições e projetos indicados por magistrados do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro.

Magistrados que atuam em Niterói, São Gonçalo, Itaboraí e Silva Jardim (municípios da Região Metropolitana) pediram que parte dos produtos fosse encaminhado ao Abrigo do Cristo Redentor. A instituição recebeu 1.000 sapatilhas descartáveis, 200 unidades de álcool líquido 70% (20 litros), 138 unidades de álcool gel 70% (69 litros), 100 aventais, 50 óculos de proteção e 30 máscaras.

O juiz Vitor Moreira Lima, conselheiro do Departamento de Estudos e Pesquisas da AMAERJ, entregou 350 unidades de álcool líquido 70% (35 litros) e 100 cobertores a moradores de rua. Ele manteve a obra de caridade da mãe, Ana Maria Mauro, que, quinzenalmente, distribuía alimentos e vestes a desabrigados. Os produtos foram entregues na Praça da Cruz Vermelha, nos arredores do Terminal Menezes Cortes e na Lapa (Centro do Rio).

A pedido da juíza Adriana Ramos de Mello, o CEAM (Centro Especializado de Atendimento à Mulher) Chiquinha Gonzaga, que atende mais de 200 mulheres vítimas de violência doméstica com renda baixa ou desempregadas, recebeu 200 unidades de álcool líquido 70% (20 litros) e 178 cestas básicas. A magistrada também pediu destinação de parte das doações à Patrulha Maria da Penha, da Polícia Militar. O projeto recebeu 50 unidades de álcool líquido 70% (5 litros) e 20 cestas básicas.

Patrulha Maria da Penha recebe donativos

Indicado pelo presidente da Amatra-1, Alexandre Cabral, professor de Filosofia da Uerj (Universidade do Estado do Rio de Janeiro), distribuiu 350 unidades de álcool líquido 70% (35 litros) e 100 cobertores para moradores de rua nas avenidas Presidente Vargas e Graça Aranha, na Lapa (Centro) e na Glória (Zona Sul).

Diretora de Assistência, Regina Lúcia lembrou que a magistratura tem vocação para as causas solidárias e agradeceu a adesão à campanha. “Essa missão conjunta é perene, e cada vez mais necessária, sobretudo neste tormentoso momento de pandemia. Continuaremos com nossas campanhas, agora com mais vigor, pois são muitos que precisam de apoio e atenção. Contamos com a continuidade da ajuda de todos, agradecendo sempre as colaborações.”

Cestas básicas entregues ao CEAM Chiquinha Gonzaga

O presidente Felipe Gonçalves avaliou a campanha: “Nestes meses, as três fases demonstraram como nós, em sociedade, temos em mãos o poder de sermos solidários. A meta inicial da campanha, de auxiliar o sistema público de saúde, foi abrangida. Fomos além e conseguimos ajudar instituições da sociedade civil que estavam passando por dificuldades e populações vulneráveis em nosso Estado.” A quarta fase da campanha foi lançada.

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