“O Discurso do Ódio e a Segurança Pública no Brasil” foi o tema da 9ª reunião do Fórum Permanente de Segurança Pública e Execução Penal da EMERJ, nesta segunda-feira (14). “O discurso que discrimina minorias é perigoso, está crescendo e indo para os nossos parlamentos. É importante o papel acadêmico de refletir e de denunciar”, destacou o desembargador Alcides da Fonseca Neto, presidente do Fórum Permanente.
O desembargador Ricardo Rodrigues Cardozo, diretor-geral da EMERJ, abriu o evento citando o confronto, no dia 11 de agosto, entre neonazistas e ativistas antirracismo nos Estados Unidos. “É importante debater aqui como o exercício do Direito pode colaborar para combater o ódio”, ressaltou.
O evento contou com a parceria da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) e com a presença de magistrados, psicólogos, professores e especialistas em segurança pública. Foram debatidos assuntos como a cultura do ódio contra mulheres e grupos LGBT, o racismo e a presença do ódio na história.
A primeira palestra do seminário foi do professor de Ciência Política da Universidade Federal Fluminense (UFF), Carlos Henrique Aguiar Serra, sobre o tema “O Ódio da História”. “A sociedade brasileira vem potencializando a intolerância em relação ao outro. Precisamos desconstruir esse modelo e o primeiro passo é enfrentar o problema”, ressaltou o professor.
Para o coronel da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro, Íbis Silva Pereira, é preciso cuidar da educação. “A questão da violência e da segurança pública vai muito além da questão de polícia, de armamento, de viatura. A crise atual da segurança pública é também uma crise da civilização e uma crise de educação. Os indicadores criminais são o efeito dessa crise. Precisamos repensar um projeto de educação para o país, que não seja apenas voltado para o mercado de trabalho, mas que seja voltado para a cidadania e para a convivência pacífica entre as pessoas”.
A professora Lená Medeiros de Menezes, pesquisadora do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), reforçou a importância da educação: “Tudo passa por um investimento em educação. Infelizmente a educação ainda não é prioridade no nosso país, quiçá um dia seja”.
Também participaram do encontro a desembargadora Gizelda Leitão Teixeira, o desembargador Luciano Silva Barreto, a juíza Adriana Ramos de Mello, a delegada Gabriela Von Beauvais da Silva, a cientista social major PM Orlinda Cláudia Rosa de Moraes, os professores da UERJ Oswaldo Munteal Filho, Antônio Celso Alves Pereira e Adair Rocha, a psicóloga Alexandra Tsallis e a jornalista Flávia Oliveira.
Fonte e fotos: EMERJ