Titular do 3º Tribunal do Júri da Capital, o juiz Alexandre Abrahão (diretor de Apoio aos Magistrados da AMAERJ) anda com escolta há 13 anos. Ele disse ao Câmera Record, da Record TV, que não pode fazer nada sozinho. “Cansa. Tem gente que acha um barato andar com segurança, eu não acho. Você não relaxa. Eu me sinto refém”, afirmou.
Juiz há 19 anos, Abrahão afirma não ter medo das ameaças. “Nunca tive medo porque não me deixei influenciar pelo externo. Tento criar uma relação direta entre o processo e o juiz. Julgo fatos.”
Em 2013, dez bandidos invadiram o Fórum de Bangu, onde Abrahão atuava, com a intenção de resgatar criminosos e matar o juiz. Um policial militar e uma criança morreram durante troca de tiros.
“Aquilo me marcou muito, a imagem do policial e da criança morta, são coisas que levarei comigo para o resto da vida. É o retrato da inversão de valores. O cara tem a sensação de que ele pode fazer tudo, e não aceita qualquer tipo de repressão. Ele te ataca com o que tem. Primeiro, busca o julgamento moral e, se não consegue, atenta contra a sua vida”, disse.