O aprimoramento de projetos sociais para inserir jovens aprendizes no mercado de trabalho foi o tema de encontro no TJ-RJ (Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro), na segunda-feira (20), de magistrados e servidores da Coaps (Comissão de Articulação de Programas Sociais). Eles observaram que os jovens aprendizes assistidos pelas Varas da Infância, da Juventude e do Idoso têm dificuldades para conseguir emprego.
Além da crise econômica, os jovens enfrentam a barreira do preconceito, por terem cometido infrações no passado ou por morarem em abrigos. Uma das primeiras medidas, para o juiz Pedro Henrique Alves (1ª Vara de Infância da Capital), é tornar o cadastro dos jovens “mais completo, para facilitar o encaminhamento dos adolescentes para as empresas que abriram as vagas”.
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A juíza Glória Heloiza Lima (2ª Vara da Infância) traçou como prioridades cuidar da documentação e do nível de escolaridade dos jovens, assim como o apoio da família à decisão de procurar um emprego.
“Precisamos promover a inclusão social desses adolescentes e trabalhar a autonomia deles desde cedo, para que não se sintam excluídos e despreparados. Essas iniciativas devem dar oportunidades e ajudar os jovens em situações de vulnerabilidade a ter um rumo”, avaliou.
De acordo com a juíza Vanessa Cavalieri (Vara da Infância e do Menor Infrator da Capital), para aumentar as chances de contratação, é preciso mais atenção de todos e trabalho de forma integrada das equipes.
“Há casos em que a vaga não é preenchida porque a inscrição não foi feita a tempo. As empresas têm um determinado prazo para preencher as posições. Precisamos evitar que um jovem interessado em trabalhar e mudar de vida perca a oportunidade por causa de prazos”, afirmou a magistrada.
Os desembargadores Marco Aurélio Bezerra de Melo e Renata Cotta, que administram a parceria dos jovens aprendizes com empresas privadas interessados em contratá-los, afirmaram que o projeto deve ser feito com dedicação e afeto. De acordo com os magistrados – que lembram do início do projeto, com a ajuda a sete meninas em Duque de Caxias, município na Baixada Fluminense –, o trabalho é longo, precisa vencer preconceitos. Com a expansão do programa é preciso, alertam, ser criativo para conquistar novas parcerias que ajudem os jovens.
A diretora do Deape (Departamento de Ações Pró-Sustentabilidade), Rosiléa Di Masi, destacou a importância do trabalho das equipes técnicas e reforçou o conselho dos desembargadores.
“O projeto só é bem feito quando a gente faz um acompanhamento humano, atencioso. O trabalho precisa ser muito mais do que capacitar o adolescente e inscrevê-lo para as vagas, é também incentivar, cuidar e acompanha-los para que se tornem grandes pessoas”, destacou.
Fonte: TJ-RJ