Em entrevista publicada hoje na coluna Justiça e Cidadania, assinada pela jornalista Adriana Cruz, do jornal O DIA, o presidente da Amaerj, Antonio Siqueira, resumiu assim a situação vivida pela juíza Patrícia Acioli em relação à escolta que lhe foi retirada pelo comando da PM: “A raposa tomava conta do galinheiro”.
Para o presidente da Associação dos Magistrados do Estado do Rio de Janeiro (Amaerj), Antonio Siqueira, o envolvimento do tenente-coronel Cláudio Luiz Silva de Oliveira, ex-comandante do 7º BPM (Alcântara), na morte da juíza Patrícia Acioli, revelou que a ‘raposa tomava conta do galinheiro’. Em regra, o Tribunal de Justiça oferece PMs para escolta do juiz, lotado no batalhão mais próximo à casa do magistrado. Entretanto, Patrícia tinha escolta extraoficial, que lhe foi retirada pelo comando da PM.
—O que fica de lição?
—O sistema falhou. Mas descobrimos que o inimigo é mais perigoso do que podíamos imaginar. E mais: a estrutura da segurança do Tribunal não está preparada para lidar com bandidos de farda. Foi só o ex-comandante do 7º BPM pedir e os dois PMs que faziam a escolta da juíza foram retirados.
—Mas são PMs que fazem a escolta de magistrados. Isso deve mudar?
—Acho que só a PM é capaz de de fornecer mão de obra. Mas se o comando está contaminado, é preciso mudanças. Hoje, já não é usada a regra de colocar o PM que atua no batalhão mais perto da casa do juiz para fazer a escolta. Afinal não podemos permitir que o trabalho do magistrado contra o crime fique comprometido.
—O que deve mudar?
—Não tenho solução pronta. Acho que o Tribunal deveria ter uma unidade. Hoje há uma coordenadoria. A unidade seria de PMs, mas eles não seriam lotados em batalhões. O problema é que hoje se um PM trabalha para o tribunal, ele só é promovido se voltar à tropa. Isso teria que mudar. É preciso ter plano de cargo e salário.
Fonte: O Dia