Notícias | 16 de maio de 2016 14:57

Familiares e amigos se despedem do desembargador Jorge Loretti

* O Fluminense

O corpo do magistrado Jorge Loretti foi sepultado na manhã deste sábado (14), no cemitério São Francisco Xavier, em Charitas. No local, familiares receberam os abraços de amigos, companheiros de trabalho e ex-alunos de Loretti, que teve uma carreira jurídica e acadêmica de destaque.

Loretti faleceu na sexta-feira, aos 91 anos. Ele deixa a viúva Cléa Loretti, de 89 anos, três filhos, cinco netos e quatro bisnetos.

“No hospital disse para ele: meu pai, o senhor me ensinou a ser guerreira e eu serei! Meu pai foi muito atencioso conosco, transmitia seus ensinamentos com serenidade. Para ele, a derrota, o erro, era uma chance de aprender. São tantas lembranças, vivemos tantos momentos bons”, disse a filha Claudia Loretti, muito emocionada.

Na ocasião, diversas autoridades do meio jurídico, acadêmico e político prestaram suas últimas homenagens. O vice-prefeito de Niterói Axel Grael foi um deles.

“Loretti foi uma referência tanto para a política de Niterói, com sua atuação na área de administração pública, como para o judiciário. Era desembargador, foi secretário em diversos governos no âmbito estadual e municipal. Foi servidor da Câmara. Portanto, é uma grande perda para Niterói. Eu conheci o Dr. Loretti, convivi com pessoas da família e estou aqui trazendo o sentimento de perda da população. Mas é importante também que a gente lembre o legado que ele deixa: uma pessoa muito culta, muito preparada, com uma capacidade de oratória notável, dentre outras qualidades que o tornaram um homem brilhante”, declarou o vice-prefeito.

Cercada de parentes, a viúva Cléa Loretti relembrou os tempos em que conheceu o marido:

“Conheci o Jorge quando ele entrou para a faculdade de Direito, na década de 40. Foram 68 anos de casados. Para mim foram 73, porque tiveram mais cinco de namoro”, revelou orgulhosa.

Diante do túmulo, amigos fizeram discursos emocionados em que ressaltaram o carinho e admiração pelo advogado.

“A cidade sorriso está triste hoje. Não vou me ater à um discurso fúnebre porque as qualidades cívicas e morais do nosso querido Loretti estão vivas e serão, para sempre, referência na magistratura, na política e no magistério. Loretti era um homem sábio, bom e simples. E é disso que estamos precisando. Ele parte cercado de respeito e admiração de seus conterrâneos como Manoel Alberto, eu e outros tantos amigos que tiveram o prazer de desfrutar deste doce convívio. Jorge será para sempre um farol a ser seguido. Vai, querido amigo, que os anjos e arcanjos lhe aguardam no reino dos céus”, pronunciou o magistrado José Mota Filho, amigo de Loretti desde a década de 60.

Professor Emérito da UFF, Maximiano de Carvalho Silva, também destacou o exemplo que Loretti deixa para a sociedade.

“Loretti foi um dos artífices da nossa universidade. Trabalhou sempre com muito discernimento. Às vezes, em alguma situação de desentendimento, ele sabia como contornar com luminosas intervenções”, lembrou o docente.

Formado em Direito pela Universidade Federal Fluminense (UFF) em 1947, o desembargador Jorge Fernando Loretti foi presidente do Tribunal de Justiça (TJ) e do Tribunal Regional Eleitoral (TRE) na década de 90. De 1995 a 1999, foi secretário estadual de Justiça no Governo Marcello Alencar. De 1959 a 1961, Jorge exerceu o cargo de secretário de Administração no governo Roberto Silveira, e de 1963 a 1964 assumiu o mesmo cargo no governo Badger da Silveira.

Em reconhecimento à história de vida do desembargador, a Prefeitura de Niterói decretou luto oficial de três dias na cidade, a contar deste sábado. Em nota, o Executivo destacou a carreira do desembargados como presidente do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro, como chefe do Executivo niteroiense, como secretário de estado em diferentes governos e pastas, no Tribunal Regional do Trabalho, no Conselho de Magistratura do Estado e na Associação dos Magistrados do Estado do Rio de Janeiro. E ainda ressaltou a perda sentida pela cidade de Niterói de uma personalidade ilustre, um homem amável e bom, que tanto contribui para o crescimento do cidade.

Fonte: O Fluminense