A AMAERJ lançou nesta segunda-feira (21), em Niterói, a campanha “Brasil pela Paz – Na Luta contra a Violência Doméstica”. O evento faz parte da 8ª Semana da Justiça pela Paz em Casa, promovida pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e também lançada nesta segunda, em solenidade no Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro (TJ-RJ).
A organização da cerimônia em Niterói teve a participação da AMAERJ com apoio da Prefeitura de Niterói e de entidades representativas da sociedade civil, além da AMB, da ONG Associação Clarke e da Universidade do Circo Marcos Frota (Unicirco), conhecido ator que atuou como apresentador das atrações.
A presidente da AMAERJ, Renata Gil, agradeceu à plateia que lotou o Teatro Popular Oscar Niemeyer. “Durante as reuniões (preparatórias do encontro) percebemos que a sociedade se mobiliza. Niterói é o primeiro município do País que vai trabalhar a violência doméstica fora dos tribunais. Faço um agradecimento, de todo o coração, à sociedade civil organizada de Niterói. A AMAERJ é a entidade que congrega 1.350 magistrados. É o nosso braço com a sociedade”, afirmou a presidente da entidade.
A presidente do CNJ e do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Cármen Lúcia, não pôde ir a Niterói porque as condições climáticas impediriam o pouso no Rio do avião em que viajaria. Renata Gil conversou com ela por telefone antes da cerimônia. “A ministra Cármen Lúcia tinha o sonho de trazer a sociedade para o debate sobre a violência doméstica. Ela instituiu o Projeto Brasil pela Paz, em que um dos quatro eixos é o combate à violência doméstica”, disse a presidente da AMAERJ.
Cármen Lúcia foi representada pelo juiz auxiliar da presidência do CNJ, Paulo Tamburini, para quem os representantes da sociedade civil presentes ao teatro são uma espécie de “semente de ideias”. “Essa é uma demonstração de como, com boa vontade, se pode construir um país pacífico, com justiça social. Só conseguiremos mudar o mundo, com a sociedade, quando mudarmos nós mesmos”, disse Tamburini, que agradeceu a presença do presidente da AMB, Jayme de Almeida.
Marcos Frota definiu o lançamento da campanha como “um evento lindo, feito com capricho, com tanto amor”. Em alguns momentos, sua emoção pode ser sentida no tom de voz. “Acima de tudo há de haver a percepção que, agora, mais do que máquinas e inteligência, é sabedoria e espiritualidade”, afirmou.
Em discurso, o prefeito de Niterói, Rodrigo Neves elogiou a presidente da AMAERJ. “Renata Gil é uma das organizadoras e idealizadoras desse evento, cuja causa deve mobilizar cada um de nós. A gente observa que a violência é o maior desafio das cidades”, sentenciou.
O transgênero João Nery, que passou por cirurgia de mudança de sexo, afirmou que os “transgêneros devem ser incluídos, mas não somos. Quem dá trabalho a transexual?” Para Bruna Benevides, presidente do Conselho LGBT de Niterói, “a diversidade está presente em quem somos e não adianta maquiar ou esconder o debate”. “Estamos no país que mais mata trans no mundo. Ser LGBT não é uma ideologia, é identidade”, disse. Segundo a presidente da Comissão da OAB Mulher/Niterói, Helga Mansur, relacionamento que exclui de convivência familiar, dos amigos, que proíbe de trabalhar e humilha não é amor.”
As atrações musicais e performances sucederam-se no palco. Inicialmente com a Banda do Corpo de Bombeiros, na interpretação do “Hino Nacional”. Depois com o Coral APAD, de Minas Gerais, de alunos da Unicirco, jovens praticantes de capoeira e jiu-jítsu da Associação Clarke e dança da Secretaria de Cultura de Niterói. Ao final, o DJ Alok comandou uma festa no térreo do teatro, que integra o turístico Caminho Niemeyer, uma das principais atrações niteroienses.