A Comunicação do Poder Judiciário com a Sociedade Civil, os Advogados e o Público Interno foi o tema do fórum realizado na manhã desta quinta-feira, dia 9/5, no Auditório Paulo Roberto Leite Ventura, na Escola da Magistratura do Estado do Rio de Janeiro (Emerj).
O presidente do Fórum Permanente de Direito à Informação e de Política de Comunicação Social do Poder Judiciário, desembargador Fernando Foch, que também é jornalista e trabalhou como repórter, abriu o evento observando que o tema é marcado pela discussão entre os operadores do Direito acerca da consciência e da cultura da liberdade. O desembargador destacou que a Justiça fluminense é uma grande fonte para a imprensa. “O Poder Judiciário é uma usina de notícias”, ressaltou.
Em seguida, o presidente da Comissão Mista de Comunicação Institucional do TJRJ, desembargador Luiz Fernando Ribeiro de Carvalho, afirmou que é possível melhorar a comunicação da Justiça e defendeu um Judiciário aberto, forte, e uma imprensa livre. O desembargador falou ainda sobre a reformulação do organograma do TJRJ na gestão de seu então presidente no biênio 1989/1990, desembargador Pedro Américo Rios Gonçalves, quando foi instituída a Assessoria de Imprensa do Poder Judiciário fluminense. Para ele, a criação da unidade foi um divisor de águas. “Entre os princípios fundamentais previstos na Constituição, está o da publicidade, no sentido de prestar contas à sociedade. Antes, falar em Comunicação, Sociologia, Filosofia era algo extraterrestre. O que interessava era a visão pura do Direito”, destacou. Ele acredita que ainda há um longo caminho a ser percorrido, mas o Judiciário já se encontra nele. O magistrado também destacou a importância da comunicação voltada ao público interno. “Onde não tem a Comunicação, tem o boato”, disse.
O jornalista Ancelmo Góis, colunista do jornal O Globo, lembrou que hoje não podemos mais ficar escondidos e citou o monitoramento eletrônico feito por câmeras em edifícios e vias públicas. “Quantas vezes fui filmado da minha casa até aqui? É o mundo da conexão, não há mais lugar para o isolamento. Acho que, quanto mais somos vistos, mais tendemos a melhorar”. O jornalista traçou ainda um paralelo entre Justiça e imprensa. “O normal não vem nem para a imprensa nem para o Judiciário. Trabalhamos com o diferente, com o inusitado”, destacou. “O grande desafio da imprensa é o desafio do Judiciário: não ser temido, mas respeitado”, acredita Ancelmo Góis.
O cientista político e membro da Comissão Mista de Comunicação Institucional do TJRJ Joel Rufino dos Santos assinalou que comunicação é um termo muito vago e que pode abranger várias ações. Ele estabeleceu distinção entre comunicação veloz da imprensa, que deve ser substituída rapidamente, de comunicação de longa duração, que é o caso da comunicação institucional. “Isto se dá no que se pode chamar de publisfera e envolve o Estado, que sofreu uma mudança enorme no seu papel, função e dimensão”, afirmou o especialista. “O que se passa no Tribunal são os verdadeiros conflitos da vida”, acredita.
O advogado e também membro da Comissão Mista de Comunicação Sérgio Francisco de Aguiar Tostes destacou que, no mundo, estamos em uma fase de transição muito maior do que as pessoas conseguem perceber. “O avanço divisor de águas foi a Informática. Nada mais neste mundo é segredo. O Brasil tem sido limitado porque os poderes públicos não têm acompanhado essa modernização”, criticou o advogado, lembrando que há separação entre o mundo real e o mundo institucional.
O evento, que faz parte do Fórum Permanente de Direito à Informação e de Política de Comunicação Social do Poder Judiciário, contou também com a presença do desembargador Antônio Carlos Esteves Torres, da juíza Andrea Pachá, que assumirá a Ouvidoria do Poder Judiciário fluminense no final do mês, e da assessora de imprensa do Tribunal de Justiça do Rio, Luzia Cristina Giffoni, entre outros.
Fonte: Assessoria de Imprensa do TJ-RJ