Em um verão de temperaturas que ultrapassam os 40 graus, o juiz João Batista Damasceno, titular da 1ª Vara de Órfãos e Sucessões da capital, adotou a campanha de advogados do Rio e pôs fim à exigência do uso da tradicional dupla terno e gravata dentro da casa. Pesou na decisão a saúde dos profissionais, obrigados a usar a vestimenta sob pena de reprimenda de muitos magistrados ritualistas. Mas, em seu despacho, o magistrado foi além: ele aboliu o traje em qualquer época do ano.
Em Mangaratiba, o juiz Marcelo Borges Barbosa fez o mesmo na única Vara da cidade e, desde o dia 9, advogados não têm mais de ficar empapados de suor ao se deslocarem até o fórum. Mas lá a decisão vale somente até 21 de março, quando termina o verão.
No Rio, Damasceno deu o seguinte argumento para não estabelecer um prazo: “Nada justifica o uso de roupas tão pesadas no âmbito do Poder Judiciário. A saúde é um direito de todos e isso deve ser preservado. O traje não atrapalha o funcionamento da Justiça” disse ele em nota à Caixa de Assistência dos Advogados do Estado do Rio (Caarj), que, com a OAB-RJ, iniciou a campanha.
— Não há nenhum desmerecimento em não usar o terno nas audiências na Justiça. É importante que o Judiciário se sensibilize — afirmou o presidente da Caarj, Marcelo Oliveira.
Fonte: O Globo