O presidente da Amaerj, Cláudio dell´Orto, entrou em contato ontem (22), com a chefe da Polícia Civil, delegada Martha Rocha, para apurar as informações referentes às investigações do acidente que provocou a morte do juiz Carlos Alfredo Flores da Cunha. O Tribunal de Justiça do Rio (TJ-RJ) informou hoje (23) que a Comissão de Segurança Institucional do Poder Judiciário do Estado do Rio de Janeiro (Coseg), presidida pelo desembargador Antônio Jayme Boente, também está acompanhando o caso.
Segundo dell´Orto, a delegada se comprometeu a empenhar todos os esforços para a conclusão rápida e eficiente do inquérito policial, inclusive na mobilização do aparato necessário da polícia técnica para a conclusão dos autos e laudos essenciais à investigação. Na ocasião, o magistrado também conversou com o administrador José Alberto Parreira, do Aero Clube de Jacarepaguá, de onde partiu o avião acidentado. De acordo com o José Alberto, o instrutor que acompanhava o juiz Carlos Flores era dos mais experientes da equipe e o avião era de propriedade do aeroclube e estava em plena condição de voo. O administrador informou ainda que existem várias fotografias demonstrando que a pista do aeroporto de Maricá vinha sendo constantemente bloqueada por veículos.
A Associação apoia integralmente a criação pelo TJ-RJ de uma comissão para acompanhamento das investigações e indicará, se necessário, a Juíza Cláudia Pomarico, cujo marido é instrutor de vôo, como representante da associação para auxiliar nos trabalhos. Para o presidente da Amaerj a integral apuração das responsabilidades pelo trágico evento que vitimou o juiz Carlos Alfredo Flores da Cunha e o seu instrutor Adelmo Louzada, será cobrada e exigida das autoridades competentes com todo o vigor. “A Amaerj está e permanecerá atenta ao desenrolar da investigação”, declarou dell´Orto.
O magistrado tinha 48 anos e estava a bordo de um monomotor que caiu, na última segunda-feira, dia 22, na Lagoa do Marine, em São José do Imbassaí, distrito de Maricá, na região metropolitana do Rio de Janeiro.
Carlos Alfredo Flores da Cunha ingressou na magistratura fluminense em 1993. Foi juiz da Regional da Capital, da 2ª Vara Cível de Bangu, da 3ª Vara de Família de Campo Grande e foi removido, por antiguidade e merecimento, no último dia 16 de setembro, da 4ª Vara Cível da Barra da Tijuca para a 5ª Vara de Órfãos e Sucessões. O magistrado tomou posse na mesma data e entraria em exercício no dia 1º de outubro, mas encontrava-se de férias e iniciaria as atividades na nova serventia em novembro.
Anac vai investigar acidente
A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) informou que abriu um processo para apurar as denúncias de que haveria veículos na pista de pouso do aeródromo de Maricá. As acusações — de pilotos que utilizam a pista — foram feitas após a queda do bimotor PT-KGK, que resultou na morte do magistrado e do instrutor de voo Adelmo Louzada Souza.
O resultado da apuração da agência poderá ser encaminhado ao Ministério Público Federal e à Polícia Federal, caso a Anac identifique condutas deliberadas que possam causar riscos às operações aéreas do aeródromo.
A queda aconteceu por volta de 17h de anteontem. O piloto Pablo Nóbrega, de 31 anos, relata ter tido dificuldades para pousar no aeroporto meia hora antes do acidente. Segundo ele, haveria carros “quase na pista”. Em nota, a prefeitura de Maricá informou que os veículos ficam nas proximidades dos prédios, exercendo a função de controle patrimonial e de segurança, mas em pontos afastados para não interferir na utilização da pista.
Fonte: Assessoria de Imprensa da Amaerj com informações do TJ-RJ e do jornal O Globo