Confira a seleção especial, realizada pela Veja Rio para deixar seu fim de semana ainda mais animado. Teatro, exposição, cinema, show e programação infantil fazem parte das dicas.
Um curioso paradoxo explica muito do sucesso deste clássico drama de tribunal: a decisão sobre o destino de um réu é a força motriz do enredo, mas o veredicto, em si, é o que menos importa. Escrita como teleteatro pelo autor americano Reginald Rose, em 1954, a peça ganhou fama três anos depois, a bordo de uma adaptação para o cinema com direção de Sidney Lumet, e tem aqui sua primeira montagem brasileira. Na história, doze jurados se veem reunidos em uma sala para decidir, de forma unânime, se um jovem acusado de matar o pai é culpado ou inocente. Apenas um (Norival Rizzo) cultiva dúvidas de que o rapaz seja realmente o autor do crime. O debate entre ele e os demais membros do júri (vividos por Genézio de Barros, Babu Santanna, Marcelo Escorel, Xando Graça, Edmilson de Barros, Mario José Paz, Henri Pagnoncelli, Henrique Cesar, Camilo Bevilaqua, Alexandre Mello e Gustavo Rodrigues, compondo um elenco altamente coeso) diz muito mais sobre o comportamento humano, tão apegado a verdades absolutas, do que sobre a decisão final, qualquer que seja ela. Cenário de Lola Tolentino e figurinos de Ana Cristina Monteiro de Castro se aliam de forma harmoniosa à direção realista de Eduardo Tolentino de Araújo, maestro de rara habilidade a comandar doze atores ininterruptamente em cena (110min). 12 anos. Estreou em 19/2/2014.
Centro Cultural Banco do Brasil — Teatro II (158 lugares). Rua Primeiro de Março, 66, Centro, ☎ 3808-2020. Quarta a domingo, 19h30. R$ 10,00. Bilheteria: a partir das 10h (qua. a dom.). Até 14 de abril.
Porto seguro para apreciadores de fotografia, o Instituto Moreira Salles recebe duas exposições de alto nível dedicadas ao suporte. Pensar por Imagens — Ícones, Paisagens, Arquiteturas, individual do italiano Luigi Ghirri (1943-1992), é a maior delas. Com 300 imagens, a mostra revela algo mais do que um profissional em busca da documentação do visível. Em sua obra, Ghirri promoveu uma desconstrução conceitual ao investigar questões como o embate entre o mundo real e sua representação. Para refletir sobre essas armadilhas visuais, ele realizou o que chamou de “fotomontagens na realidade”, valendo-se de transparências, reflexos, sobreposições, névoas, sombras e fotos de fotos. Pioneiro da fotografia publicitária no Brasil, o cearense Chico Albuquerque (1917-2000) tem cerca de 120 registros exibidos em O Estúdio Fotográfico. Há belíssimos retratos ligados à arquitetura, como o dos bastidores da construção do Pavilhão da Bienal, projetado por Oscar Niemeyer, no Parque do Ibirapuera, cenas da capital paulista (onde Albuquerque se radicou, em 1945), poses de personalidades e, como não poderia deixar de ser, cliques feitos para vender produtos, de máquinas de costura a automóveis, passando por prosaicas meias-calças.
Instituto Moreira Salles. Rua Marquês de São Vicente, 476, Gávea, ☎ 3284-7400. Terça a domingo, 11h às 20h. Grátis. Estac. grátis. Visitas guiadas de terça a sexta, às 17h. Até 13 de abril.
O dia internacional delas foi celebrado no último sábado, 8, mas a homenagem na tela segue até quarta (12), com a programação de Mulheres!. Em cartaz no Odeon Petrobras, a mostra exibe, na segunda (10), às 15h, O Abismo Prateado, de Karim Aïnouz, drama nacional estrelado por Alessandra Negrini. Na terça (11), o público tem a chance de assistir a dois títulos que fizeram sucesso no circuito em 2013. Flores Raras, a interpretação de Bruno Barreto para o romance entre a arquiteta Lota de Macedo Soares (Glória Pires) e a poetisa americana Elizabeth Bishop (Miranda Otto), será exibido às 13h. Mais tarde, às 18h45, ganha sessão a comédia dramática Frances Ha. No filme, de bela fotografia em preto e branco, o diretor Noah Baumbach narra as desventuras de uma candidata a bailarina (Greta Gerwig) em Nova York. Camille Claudel, produção francesa de Bruno Dumont, traz Juliette Binoche no papel-título e é uma das atrações do último dia: passa na quarta (12), às 13h.
Odeon Petrobras. Praça Mahatma Gandhi, 2, Centro, ☎ 2240-1093 (700 lugares). R$ 8,00.
Fruto de anos de pesquisa na área de teatro voltada para a primeira infância, Coucou leva ao palco do Teatro do Jockey uma proposta lúdica e interativa: a intenção do espetáculo é aproximar os pequenos das artes cênicas através das sensações. Com autoria de Karen Acioly e concepção da francesa Cia Jardins Insolites, a montagem interpretada pela gaúcha radicada em Portugal Leticia Liesenfeld exclui a tradicional divisão entre palco e plateia. Pais e filhos são acomodados em uma roda. No centro dela, quase sempre em silêncio, a atriz apresenta uma coreografia que envolve experiências com cores, formas e texturas de objetos. Pequenos ruídos, detalhes de respiração, alguma música e breves interjeições surgem de forma pontual, para capturar a atenção daqueles espectadores que ainda estão dando os primeiros passos na arte de entender o mundo. Direção de Isabelle Kessler (25min). Rec. de 6 meses a 3 anos. Estreia prevista para este sábado (8).
Centro de Referência Cultura Infância — Teatro do Jockey (70 lugares). Avenida Bartolomeu Mitre, 1110, Gávea, ☎ 3114-1286. Sábado e domingo, 16h30. R$ 20,00. Bilheteria: a partir das 14h (sáb. e dom.). Até dia 23.
A ideia é interessante: até o fim de março, o projeto Paralelos ocupa o Oi Futuro Ipanema com músicos defendendo repertórios diferentes daqueles pelos quais são mais conhecidos. Pela primeira vez no Rio, o Trio Eterno abre os trabalhos na sexta (14). Oriundo de Pernambuco, o grupo é encabeçado por Felipe S., do Mombojó, André Édipo, ex-integrante do Bonsucesso Samba Clube, e Missionário José Guilherme (cujo credo, na verdade, é o pop-rock com sotaque nordestino e recursos eletrônicos comungado por seus colegas nesse trabalho). Produzido por Arthur Joly, um especialista em sintetizadores, o primeiro disco do grupo, Suíte Pistache, foi lançado no ano passado. Felipe empresta a voz a canções delicadas, como Saí Descalço, enquanto Missionário (baixo) e Édipo (guitarra) mostram a que vieram em temas instrumentais, a exemplo de Zarautz, cruza doida de surf music com castanholas. Livre.
Oi Futuro Ipanema (92 lugares). Rua Visconde de Pirajá, 54, Ipanema, ☎ 3133-9333, General Osório. Sexta (14) e sábado (15), 21h. R$ 20,00. Bilheteria: 15h/21h (ter. a qui.); a partir das 15h (sex.); a partir das 14h (sáb.). IR. www.oifuturo.org.br. Até dia 29.
Fonte: Veja Rio