Foi inaugurado, nesta quinta-feira (5), na Praça César Tinoco (Niterói), o busto do desembargador Jorge Fernando Loretti, presidente da AMAERJ em 1994 e 1995 e do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ) no biênio 1991-1992. O presidente da Associação, Felipe Gonçalves, participou da homenagem, promovida pela Prefeitura de Niterói, cidade em que Loretti morava.
O homenageado morreu em Niterói aos 91 anos, em 2016. Nascera em 25 de agosto de 1924, no Rio.
Além de parentes, estiveram na cerimônia os desembargadores e ex-presidentes do TJ-RJ Marcus Faver (2001-2002) e Manoel Alberto Rebêlo dos Santos (2011-2012); a presidente da AMAERJ-Niterói, juíza Ana Paula Cabo Chini; o prefeito de Niterói, Rodrigo Neves; o presidente da OAB-Niterói, Claudio Viana; o presidente da Academia Fluminense de Letras, Waldenir Bragança; o secretário municipal de Planejamento, Axel Grael; e o secretário de Governo, Comte Bittencourt.
“Não tive a honra de conviver com o desembargador Jorge Loretti no Tribunal. Quando ingressei na magistratura, ele já estava aposentado, mas, por meio dos colegas mais experientes, conheço a história dele. Este busto cria um espaço em que as gerações presentes e as vindouras poderão conhecer sua história de espírito público. Agradeço à Prefeitura de Niterói pela homenagem, que não é só para o desembargador Loretti, mas para toda a magistratura”, disse Felipe Gonçalves.
“A homenagem promovida pela Prefeitura de Niterói é absolutamente justa, uma vez que o desembargador Jorge Loretti deixou para o Estado do Rio de Janeiro um legado de valor incomensurável. É uma honra para a cidade de Niterói tomar emprestado tão celebre nome, para engrandecer esse espaço. O busto que hoje se inaugura não só imortaliza o saudoso desembargador, mas dignifica toda a magistratura nacional”, acrescentou Ana Paula Chini.
Para o prefeito de Niterói, Loretti “foi uma memoria viva da história da cidade”. Neves afirmou que a prefeitura está em entendimento com a viúva Cléa para a criação da Biblioteca Jorge Loretti, com o “acervo literário extraordinário” deixado pelo jurista.
“Em nome da minha família, agradeço profundamente. Não poderia haver lugar melhor nesta terra. Este é o melhor lugar do mundo para eternizar a imagem do meu avô. Nesta cidade, onde seus filhos nasceram, seus netos cresceram e tem seus bisnetos”, disse Ricardo Loretti, neto do homenageado.
O desembargador Marcus Faver destacou ter sido Loretti “um dos maiores oradores que o Estado do Rio produziu” e “um dos maiores políticos que o Brasil teve”.
“Mais do que esse busto, ele [Loretti] é um monumento erguido à inteligência fluminense”, disse Waldenir Bragança, ex-prefeito de Niterói..
De acordo com o presidente da OAB-Niterói, o “busto vem materializar o carinho e o reconhecimento” do desembargador pela sociedade niteroiense.
Para Axel Grael, a homenagem atesta a importância “desse personagem que fez tanto pela cidade e pela Justiça”. Também integrante do secretariado municipal, Comte Bittencourt declarou que “Loretti era uma pessoa muito querida da minha família e de todos aqui de Niterói”. “Essa justa homenagem foi feita em um cantinho da cidade muito especial para ele”, afirmou.
História de Jorge Fernando Loretti
A dedicação de Loretti à vida pública começou em 1958, quando assumiu a Secretaria do Interior e Justiça do antigo Estado do Rio. No ano seguinte, ocupou a Secretaria de Administração-Geral. Mais tarde, o Gabinete Civil do governo estadual. Na década de 90, voltou ao secretariado estadual, na pasta da Justiça.
Em 1979, na vaga do quinto constitucional reservada aos advogados, Loretti ingressou como desembargador do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ), do qual foi presidente no biênio 1991-1992.
Entre as funções que exerceu ao longo de sua extensa trajetória profissional constam, também, a presidência do Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro (TRE-RJ) de 1989 a 1991, e da AMAERJ, no biênio 1994-1995.
No antigo Estado do Rio de Janeiro, foi também presidente da União Fluminense de Estudantes e professor e diretor do Centro de Estudos Sociais Aplicados da Universidade Federal Fluminense (UFF).
Literato, Jorge Fernando Loretti integrou a Academia Niteroiense de Letras, da qual foi presidente. Ele graduou-se em 1947 pela antiga Faculdade de Direito de Niterói.