Após 13 horas de julgamento, Paulo José Arronenzi foi condenado a 45 anos de prisão por homicídio cinco vezes qualificado. O presidente do 3º Tribunal do Júri, juiz Alexandre Abrahão, estipulou a pena a partir da conclusão do Conselho de Sentença, que reconheceu a culpa do réu pela morte da ex-mulher, a juíza Viviane Vieira do Amaral, do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro. A sentença foi anunciada na madrugada desta sexta-feira (11).
O assassinato a facadas aconteceu na véspera do Natal de 2020, na frente das três filhas do casal (com idades entre 7 e 9 anos), na Barra da Tijuca (Zona Oeste do Rio). Arronenzi foi condenado por feminicídio, crime praticado na presença das três crianças, assassinato cometido por motivo torpe, por meio que dificultou a defesa da vítima e com emprego de crueldade.
Na sentença, o juiz Alexandre Abrahão escreveu que o réu demonstrou “conduta arquitetada, fria e obstinada”, o que “prova a maior intensidade de dolo”. Ainda de acordo com o magistrado, “a personalidade do acusado é adversa e corrompida”.
“Tal se evidencia pelo padrão hostil adotado a partir de certo período com sua ex-esposa e parentes próximos. As testemunhas ouvidas no decorrer da instrução criminal atestam uma postura descontrolada, cercada de rompantes de raiva tal como na ocasião em que chegou a arremessar um copo de vidro na parede, ferindo com estilhaços a perna de uma de suas filhas menores”, expõe o juiz na sentença.
A promotora Carmen Carvalho demonstrou satisfação com o reconhecimento da culpabilidade do homicida.
“O tribunal da vida, palco de dores irreparáveis, devolveu aos familiares e amigos da vítima um pouco de paz. O feminicídio, infelizmente ainda tão presente em nosso país, precisa ser combatido todos os dias”, disse ela, em entrevista ao jornal “O Globo”.
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