AMAERJ | 26 de junho de 2020 17:28

AMAERJ lamenta a morte da desembargadora Maria Stella Villela

Des. Maria Stella Villela

Com pesar, a AMAERJ comunica aos associados a morte da desembargadora aposentada Maria Stella Villela Souto Lopes Rodrigues. Uma das primeiras magistradas do Poder Judiciário fluminense, ex-vice-presidente da Corte, ela faleceu, aos 88 anos, nesta sexta-feira (26).

Nascida em 13 de janeiro de 1932, formou-se em Direito na antiga Universidade do Brasil, atual UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro). Por cinco anos atuou como advogada antes de ingressar na magistratura, em 1º de setembro de 1960 – quando o Rio de Janeiro ainda era a capital federal e havia poucas mulheres no Poder Judiciário. Tomou posse como juíza substituta do Estado da Guanabara. Em dezembro de 1964, foi promovida a juíza de Direito efetiva.

Em abril de 1974, foi removida para o Tribunal de Alçada e, em 1981, eleita vice-presidente da Corte. Dois anos mais tarde, foi a primeira juíza de carreira a ser promovida por merecimento ao cargo de desembargadora do TJ-RJ (Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro), Corte criada em março de 1975.

Nos anos de 1989 e 1990, foi eleita 3ª e 2ª vice-presidente do Tribunal. Em 1995, 1ª vice-presidente. Maria Stella aposentou-se da magistratura fluminense, onde atuou em varas cíveis, criminais e de Órfãos e Sucessões, em agosto de 1999.

A magistrada também foi professora fundadora da antiga Universidade Estácio de Sá – hoje Estácio -, onde era titular da cadeira de Direito Penal. Também lecionou na Universidade Gama Filho. Foi autora de diversos livros, entre eles a clássica “Série ABC”, na qual destrinchava os fundamentos de matérias do Direito.

Maria Stella defendeu a entrada de juízes jovens na magistratura e compartilhou sua experiência. “Eu fui uma juíza jovem na minha época, o que era um absurdo naquela ocasião. Fiz o concurso com 26 anos. Meu concurso levou dois anos para terminar e assumi a função de juiz com 28 anos. (…) O jovem se prepara desde cedo. Tem contato com tudo o que acontece na sociedade”, disse ela em entrevista, em 2008, à Revista Eletrônica Interação, do PJERJ (Poder Judiciário do Estado do Rio de Janeiro).