Mais de 47 mil crianças e adolescentes vivem em abrigos, segundo o CNJ (Conselho Nacional de Justiça). Em entrevista à GloboNews, exibida nesta sexta-feira (13), o juiz Sérgio Ribeiro (diretor de Direitos Humanos e Proteção Integral da AMAERJ) afirmou que o acolhimento deve ser a última providência, para ser aplicado em casos de maus tratos, negligência ou exploração de trabalho infantil. “Não se deve acolher por qualquer eventualidade que ocorra em uma família. O acolhimento não pode ser banalizado”, disse.
Das 47.235 crianças e adolescentes em entidades de acolhimento, 8 mil fazem parte do Cadastro Nacional de Adoção. “Nem todos os acolhidos estão aptos para adoção. Muitos nem chegarão a estar. Inicialmente é feita uma tentativa de reintegração familiar, com os genitores ou família extensa. Quando é impossível, passa para a destuição do poder familiar e eventual colocação em família substituta”, explicou Ribeiro.
O juiz destacou que a conta das adoções não fecha em razão da preferência por bebês, saudáveis e sem irmãos, o que gera a fila de espera no Cadastro. “O grupo das adoções necessárias – crianças mais velhas (a partir de oito anos), grupos de irmãos e com problemas de saúde – acaba sendo preterido e fica nas instituições de acolhimento.”
Assista aqui a íntegra da reportagem da GloboNews.
O Ideal é Real
Lançado em janeiro pela AMAERJ, o projeto “O Ideal é Real – Adoções Necessárias” visa mudar o perfil das adoções realizadas no país. O projeto tem como objetivo estimular as adoções de crianças que não fazem parte do grupo preferencial: bebês brancos, saudáveis e sem irmãos.