A presidente da AMAERJ, Renata Gil, encerrou a solenidade de anúncio dos vencedores do 6º Prêmio AMAERJ Patrícia Acioli de Direitos Humanos, na noite desta segunda-feira (6), com uma mensagem otimista sobre o futuro do Brasil.
“Percebemos que a sociedade está mobilizada por um tempo melhor, por um mundo melhor”, afirmou ela, em rápido discurso de conclusão do evento, sobre a participação dos concorrentes às quatro categorias de premiação – 223 inscrições de 20 Estados sobre o tema Direitos Humanos e Cidadania – e da repercussão nacional do AMAERJ Patrícia Acioli.
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Veja os vencedores do 6º Prêmio AMAERJ Patrícia Acioli de Direitos Humanos
No discurso na abertura, a presidente da Associação dos Magistrados do Estado do Rio de Janeiro destacou a necessidade de o Brasil “transformar o discurso de proteção aos direitos humanos em verdadeira ação”.
“Sete pessoas são assassinadas por hora no Brasil. No ano passado, foram registradas mais de 60 mil mortes violentas, o recorde negativo de homicídios da história do País – números que equivalem às mortes provocadas pela explosão da bomba nuclear que dizimou Nagasaki, no Japão, durante a Segunda Guerra Mundial”, disse.
Para Renata Gil, “essa realidade é inaceitável”. “Precisamos tomar providências urgentes para combater essa guerra”, alertou.
Ao citar números sobre a expansão da violência e da criminalidade na sociedade brasileira, a presidente da AMAERJ enalteceu a memória da juíza Patrícia Acioli, assassinada em 2011, e a ação dos magistrados, que, mesmo ameaçados, não deixem de atuar em prol de uma sociedade mais digna.
Renata Gil falou ainda sobre a relevância do prêmio. “Em tempos de extrema violência e intolerância, o 6º Prêmio AMAERJ Patrícia Acioli de Direitos Humanos abre as portas e dá voz a profissionais que lutam pela vida, pela justiça e pela paz.”
A presença na solenidade da procuradora-geral da República Raquel Dodge, que recebeu o Troféu Hors-Concours, honrou a AMAERJ e sua presidente. Renata Gil se referiu à procuradora-geral como “uma grande liderança feminina e ícone na luta pelos direitos humanos”.
“Membro do Ministério Público Federal há 30 anos, ela integrou a equipe que redigiu o primeiro plano nacional para erradicação do trabalho escravo no Brasil. Infelizmente, o tema (presente em duas reportagens finalistas) continua atual. Voltou à tona há poucos dias, em portaria do Ministério do Trabalho. Foi de Raquel Dodge a voz firme que ouvimos imediatamente na defesa da dignidade humana e do combate ao retrocesso. A procuradora-geral conhece os desafios de combater esse tipo de prática contrária aos direitos humanos. Também tem a exata dimensão da necessidade urgente de lutar por esses direitos fundamentais”, discursou Renata Gil.