Nas últimas décadas o emprego das Forças Armadas como reforço na segurança pública do Rio de Janeiro tem se tornado algo cada vez mais habitual. O Exército vem sendo utilizado para diversas finalidades, como retomada de locais dominados pelo tráfico de drogas, patrulhamento e controle de vias expressas e atuação em megaeventos como a Copa do Mundo e as Olimpíadas. Diretora de Segurança do Magistrado da AMAERJ, a juíza Yedda Filizzola Assunção (titular da Vara Criminal de São João de Meriti) analisou a presença do Exército no Estado.
Para ela, o trabalho em conjunto entre as forças de segurança será fundamental para alcançar bons resultados. “A presença dos militares será efetiva na medida em que usar a inteligência e as informações que já existem na Polícia. Já em curto prazo, acredito na diminuição do número de roubos de cargas. Porém, se não trabalharem em conjunto para garantir a manutenção da ordem, essa queda será apenas momentânea. Sabendo alocar as forças militares, creio que poderemos ter uma efetividade muito boa”, disse a juíza.
Na sexta-feira (28) passada, o presidente Michel Temer autorizou, por meio de decreto, o emprego dos militares no Estado do Rio até 31 de dezembro de 2017.
Desta vez, o patrulhamento nas ruas não será ostensivo como na época da Rio-2016. Segundo o ministro da Defesa, Raul Jungmann, as Forças Armadas apenas darão apoio a operações de inteligência das Polícias Militar, Civil e Federal. “Vamos golpear o crime organizado, as operações não serão anunciadas, só quando forem deflagradas. O que vai presidir as operações é a inteligência.”
Já no fim de semana, as tropas iniciaram bloqueios nas principais vias expressas e pontos turísticos da cidade, como a praia de Copacabana. Apesar de o foco da atuação não ser o patrulhamento das ruas, os militares realizam a atividade como forma de reconhecer as áreas, visando ações futuras.
Ao todo, cerca de 10 mil agentes federais de segurança atuarão no Rio de Janeiro até o final de 2017. Apesar de o prazo do decreto se encerrar neste ano, o ministro Jungmann confirmou que a presença das Forças Armadas poderá ser prorrogada até dezembro de 2018.