Cultura | 29 de janeiro de 2019 09:58

Revista FÓRUM: Em Petra, como Indiana Jones

O Tesouro vislumbrado por turistas ao final do desfiladeiro Sik | Foto: Sergio Torres

Milenar cidade na Jordânia encanta pelas paisagens e construções na pedra

Por SERGIO TORRES

Petra, na Jordânia, parece cenário de filme, de tão incrível são seus ambientes naturais e as ruínas milenares erguidas no deserto pelos povos antigos do Oriente. Na verdade, parece não. É. Foi em Petra que o personagem Indiana Jones enfrentou seus inimigos na parte final do terceiro filme da trilogia: “Indiana Jones e a Última Cruzada” (“Indiana Jones and the Last Crusade”, 1989), do cineasta americano Steven Spielberg.

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O turista brasileiro pode considerar Petra um destino inacessível, escondida em uma região em que as nações estão sempre se enfrentando. Não é bem assim. Certamente é mais complicado chegar lá do que às capitais europeias. Mas, com um mínimo de planejamento, visita-se Petra sem o menor problema, livre de qualquer contratempo.

O turismo na Jordânia recebeu um impulso extraordinário com a escolha de Petra como um das Sete Novas Maravilhas do mundo, em 2007. De todos os continentes, grupos de turistas passaram a visitar a região, atraídos pelas construções esculpidas em montanhas de pedra, desfiladeiros e cânions.

Petra é conhecida como a Cidade Rosa, pelo tom de cor predominante em seus penhascos e paredões. A região é Patrimônio Mundial da Humanidade, decretado pela Unesco em 1985, quatro anos antes do arqueólogo e aventureiro interpretado pelo astro Harrison Ford buscar o Santo Graal nas profundezas do Tesouro, o cartão postal de Petra.

Diferentemente de países do Oriente Médio, a Jordânia vive um longo período de paz. Assim, tornou-se um destino confiável naquela área historicamente conflagrada. O acesso mais fácil ao país é pela fronteira com Israel. Apesar do rigor na checagem de documentos, o turista costuma não ter problemas em entrar na Jordânia e regressar a Israel.

Quase todos os dias partem excursões de Tel Aviv e de Jerusalém. Os roteiros incluem Petra, obrigatoriamente. Quase todos passam pela interessante capital Amã e pelas ruínas de Jerash, a mais bem preservada cidade romana no Oriente Médio.

Os roteiros superiores a um dia podem incluir uma noite passada em acampamento de beduínos, geralmente nas vizinhanças de Petra. Até duas pessoas ocupam uma cabana em que as paredes são os belíssimos tapetes tradicionais daquela região da Ásia.

O acampamento Sete Maravilhas é um dos melhores de Petra. Nele, uma espaçosa tenda reúne turistas de todo o mundo ao redor de um aquecedor a carvão, de canecas de chá e de gatos, que circulam às dezenas pelo lugar. Dentro deste ambiente funciona a rede Wi-Fi, que conecta a noite desértica, silenciosa e gelada ao resto do mundo. A gentileza dos jordanianos é famosa no meio turístico internacional. Nos acampamentos, os beduínos se esmeram em bem atender os turistas.

Os historiadores contam que Petra foi construída pelos nabateus, povo nômade árabe, cerca de três séculos Antes de Cristo. Bons comerciantes, os nabateus ergueram a cidade na pedra para aproveitar a localização nas rotas de caravanas de camelos entre as atuais Síria e Arábia Saudita.

A derrocada dos nabateus veio 400 anos depois, quando o Império Romano incorporou a região à força. Petra entrou em declínio e passou quase à condição de lenda. Ao longo dos séculos, sua história foi sendo esquecida e sua existência passou até a ser questionada no Ocidente.

Até que em 1812 o explorador suíço Johann Ludwig Burckhardt, estudioso das culturas árabes, conseguiu, após muitos anos de procura e aventuras, encontrar as ruínas perdidas da esquecida cidade dos nabateus.

Tudo em Petra parece de brinquedo. É tão diferente das paisagens brasileiras que chega a dar a impressão de estarmos em um cenário de filme. Um filme de aventuras,um legítimo Indiana Jones.

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