Cultura | 22 de fevereiro de 2018 11:00

Revista FÓRUM: Aproveite a Rússia na Copa

Para o brasileiro, a capital Moscou e a ‘europeia’ São Petersburgo são visitas obrigatórias durante o Mundial

POR SERGIO TORRES

Os apaixonados por futebol e viagens a locais que não costumam estar no roteiro turístico do brasileiro terão como se divertir muito em meados deste ano. O destino é a Rússia. O evento, a Copa do Mundo, a primeira a ser disputada no Leste Europeu. As datas, de 14 de junho a 15 de julho.

O Brasil chegará à Copa como um dos favoritos, em razão do sucesso nas eliminatórias. Se, além de acompanhar as partidas, o torcedor verde-amarelo planeja conhecer um pouco da milenar história da Rússia, os focos devem ser dois: Moscou, a gigantesca capital, e São Petersburgo, cidade que há 315 anos começou a ser erguida às margens geladas do Rio Neva e hoje é o elo com a Europa, espécie de porta de entrada do território russo.

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Para o brasileiro, é melhor chegar à Rússia por São Petersburgo. A antiga Leningrado ameniza a transição entre o continente europeu, e suas facilidades à disposição dos turistas, e uma terra em que a língua inglesa não é de domínio público e o alfabeto é completamente diferente, o que torna incompreensíveis cardápios, placas de rua, avisos gerais.

São Petersburgo é a mais europeia das cidades russas. Bares e restaurantes oferecem menus bilíngues. As placas com indicações turísticas têm texto em inglês. Nos bons hotéis, os funcionários conhecem a língua inglesa e podem orientar os hóspedes.

As opções de passeios são muitas em Peter, como a cidade é conhecida. Para quem gosta de artes plásticas, o fabuloso Museu Hermitage reúne atrativos para bem mais de um dia de visita. São 3 milhões de obras, peças arqueológicas e mobiliário, agrupados em um megaconjunto de edifícios, com destaque para o Palácio de Inverno, residência oficial da família imperial até a Revolução Comunista de 1917.

Originada da mente delirante do czar Pedro, o Grande (1672-1725), São Petersburgo é um conjunto harmônico de palácios, templos, catedrais, monumentos, jardins, canais, praças, grandes avenidas e pontes. O histórico Centro, decretou a Unesco, é Patrimônio Mundial da Humanidade. Para ter noção da grandiosidade da construção de uma zona urbana do porte de Peter no início do século 18, em inóspito alagadiço no Golfo da Finlândia, basta dizer que morreram ao menos 100 mil operários, muitos submetidos a trabalho escravo em condições miseráveis.

As catedrais se impõem em São Petersburgo pelas dimensões impressionantes, riqueza e colorido, o que as difere das igrejas majestosas da Europa, de tons mais sóbrios. Talvez a mais expressiva de todas, legítimo cartão postal religioso da cidade, seja a Igreja do Sangue Derramado, erguida onde o czar Alexandre II foi morto em 1881. É um templo exuberante, com cores sobrepostas, cinco cúpulas, esmaltes, mármores, painéis em mosaico, brasões, detalhes renascentistas, barrocos e neoclássicos.

Em Moscou, megalópole com 12 milhões de habitantes, não há facilidades para o turista. O cirílico (alfabeto russo) predomina. Poucos falam inglês. O visitante que procure dar seu jeito. E é bom tentar, pois vale muito a pena. A cidade tem igrejas belíssimas. A mais encantadora fica na Praça Vermelha, destaque do turismo moscovita. É a Catedral de São Basílio, com 450 anos de história, mais colorida até do que a igreja de Peter. A edificação é tão impactante que pode ser confundida com um castelo, tal a quantidade de cúpulas (nove) e cores (verde, vermelho, amarelo, azul, branco e dourado).

Pode parecer incrível, mas a basílica é só uma das atrações da Praça Vermelha. Coração de Moscou, ela, não à toa, é apontada por muitos como a mais bela praça do mundo. Nela, ainda há o complexo do Kremlin, com palácios e igrejas; o shopping Gum, prédio de 125 anos com comércio de grife e restaurantes; o mausoléu de Lênin, onde o cadáver mumificado do líder bolchevique é exposto à visitação; o Museu Histórico, com objetos da história russa desde a pré-história; e a pequenina, mas não menos linda, Catedral de Kazan, em tons róseos.

Na Copa, disputada no verão europeu, a temperatura na Rússia deverá estar amena, com máxima em torno de 25 graus e mínima de 10 graus Celsius. O inverno é habitualmente severo no país. Moscou registra temperaturas de até menos 30 graus. Em março passado, já sem os registros negativos invernais, o Rio Neva, em São Petersburgo, permanecia congelado nos 500 metros de margem a margem.

Sua superfície servia de pista de bicicletas, caminhadas e até mergulhos. Sim, mergulhos. Virou atração turística o hábito amalucado de banhistas que furam a camada de gelo e entram na água congelante, só de sunga e maiô. Só mesmo com muita vodka.

Aliás, o que mais se bebe na Rússia. O Brasil estreia contra a Suíça em 17 de junho, em Rostov. No dia 22, estará em Peter, para enfrentar a Costa Rica. No dia 27, em Spartak, contra a Sérvia. O Brasil poderá fazer ainda dois jogos em Peter, caso avance na disputa. Em Moscou, a seleção só jogará se for à semifinal e à final.

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