AMB | 25 de março de 2018 14:31

Renata Gil subcoordena pesquisas da AMB sobre o Judiciário citadas por Elio Gaspari

A presidente da AMAERJ, Renata Gil, é a subcoordenadora das duas pesquisas da AMB (Associação dos Magistrados Brasileiros) sobre o Judiciário citadas pelo colunista de O Globo e da Folha de S.Paulo Elio Gaspari, neste domingo (25).

Os dois trabalhos pretendem entender a visão da população sobre o Judiciário e fazer um raio-X dos magistrados do país.

O projeto de pesquisa será feito pelo sociólogo e cientista político Antônio Lavareda, um dos maiores especialistas em pesquisas e marketing político no Brasil, sob a coordenação do ministro do STJ Marco Aurélio Belizze, ex-desembargador do TJ-RJ.

O outro trabalho, que pretende entrevistar magistrados, será de responsabilidade do cientista social e professor da PUC-Rio Luiz Werneck Vianna, coordenado pelo ministro do STJ Luis Felipe Salomão – também ex-desembargador do TJ-RJ e ex-presidente da AMAERJ.

Ambos estão sendo centralizados no Rio de Janeiro, e a AMAERJ já promoveu reuniões sobre o tema em sua sede social.

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Leia abaixo a nota na coluna de Elio Gaspari:

RAIO-X DA JUSTIÇA

A Associação dos Magistrados Brasileiros patrocinará duas pesquisas. Uma, coordenada pelo sociólogo Antonio Lavareda, procurará saber as opiniões dos cidadãos sobre o Judiciário.

A outra, dirigida pelo professor Luiz Werneck Viana, revisitará as descobertas feitas há mais de duas décadas, quando ele organizou o trabalho “Corpo e Alma da Magistratura Brasileira”. Publicada em 1997, a pesquisa baseou-se na análise de 4.000 questionários respondidos por juízes. Quem o leu não se surpreendeu com o aparecimento de figuras como Sergio Moro e Marcelo Bretas, bem como os três
desembargadores do TRF-4.

“Corpo e Alma” ensinou que surgira uma nova elite na magistratura. Em 1970, só 20% dos juízes tinham pais com formação universitária. Ao tempo da pesquisa eles eram 40%. Mais da metade eram filhos de funcionários públicos ou de empresas estatais.

Anos depois, Werneck previu: “O Judiciário brasileiro está mudando, para melhor, com uma velocidade maior que a do Executivo e do Legislativo.”

E avisou: “Não se conhecem casos de corrupção envolvendo essa geração de servidores. Eles são uma espécie de encarnação do pensamento e da conduta democrático-liberais.”