Notícias | 21 de janeiro de 2013 16:00

Em artigo, magistrados homenageiam o juiz Mauro Prevot

O desembargador Custódio de Barros Tostes e o juiz Peterson Barroso Simão escreveram um artigo sobre o amigo Mauro Prevot, juiz aposentado que faleceu em 10 de dezembro do último ano. No texto os magistrados falam sobre a importância de Mauro Prevot no meio jurídico, a atuação profissional e a saudade que sentem do amigo.

 


Juiz Mauro Prevot

 

Leia o artigo na íntegra:

 

F A L T A N D O U M

Conversávamos no último dia 17 de janeiro, no Fórum de Niterói, e logo sentimos a saudade dele, forte presença na ausência que ocorreu recentemente.

Disse aos meus amigos da mesa quanto à importância dele em minha vida profissional, que o destino direcionou ao Tribunal do Júri de Niterói, onde iniciarei mais uma sessão de julgamento em alguns minutos.

Trabalhava como Defensor Público em Itaboraí por dez anos, e em 1992 ingressei na Magistratura. Designado para atuar em Cachoeiras de Macacu, fui surpreendido por um Júri de réu preso que ocorreria na primeira semana. Passei em Itaboraí e tirei todas as dúvidas sobre o julgamento com meu Professor. Retornei no outro dia com novas dúvidas, e o mesmo Professor cauteloso e humilde, com muita experiência, mostrou o caminho legal. No dia do Júri, na respeitada Comarca de Cachoeiras de Macacu, logo após abrir a sessão, vi alguém bastante discreto que se deslocou até lá para me apoiar. Era o Professor. O Julgamento foi realizado, e como todas as coisas se entrelaçam na vida, aquele primeiro Júri bem sucedido possivelmente me levou à opção pelo lugar onde trabalho hoje, depois de uma longa e válida experiência em outras competências, e principalmente em Vara de Família, para onde levei grande parte do conhecimento adquirido com o Professor, sempre preocupado com a resposta judicial mais justa, observando o lado humanístico da questão sem se distanciar da Lei.

Penso que, o final de carreira de todo Magistrado deveria ser a promoção ao cargo de Juiz de Direito de Verdade, como quem fica mais de vinte anos em uma só Comarca, e é respeitado como Excelência por todos. Mauro Prevot, você está vivo em nós.

Agora, Custódio, por favor, fale rápido, pois o Júri vai começar no Tribunal onde você foi Titular por muitos anos.

. . .

Quanto a mim, ingressando na magistratura em 1988, fui designado para a Comarca de São Gonçalo, onde, entre tantos outros juízes, conheci dois de meus melhores amigos de minha vida: Almir Carvalho e Mauro Prevot.

Seguindo conselho de meu sábio pai, de pronto “colei” naqueles ou daqueles (?) dois, aos quais sempre me dirigia, o que fiz até os últimos momentos de Mauro, procurando tirar minhas dúvidas ou mesmo aprender.

Quanto a Mauro, o que já disse e repito é que ele não proferia sentenças, mas verdadeiras “melodias jurídicas”, tal sua sabedoria e sensibilidade, cuidando de cada processo com a dedicação e intensidade que um julgamento merece. Afinal, pensava ele: “sou um servidor público”, que significava “servir ao povo” que o procurava clamando por justiça.

….

Enfim, encerrando a conversa, vamos ao trabalho.

Por Custódio de Barros Tostes e Peterson Barroso Simão.

 

Fonte: Assessoria de Imprensa da Amaerj