AMAERJ | 24 de janeiro de 2017 18:35

Conhecer as crianças faz toda a diferença para adoção tardia

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O Rio de Janeiro tem 3.477 pessoas interessadas em adotar um filho e 525 crianças e adolescentes à espera de uma família em abrigos. Se há 6,6 adotantes por criança, por que a fila de adoção não acaba? O grande problema é que a maior parte das pessoas habilitadas para adoção quer o mesmo perfil de criança, crianças de 0 a 3 anos. Para tentar aumentar o volume de adoções de crianças que não fazem parte do grupo preferencial de adoção, a AMAERJ lançou nesta terça-feira (24), o projeto “O Ideal é Real – Adoções Necessárias”, no auditório da Desembargador José Navega Cretton, da Corregedoria-Geral de Justiça.

Para o juiz Sérgio Luiz Ribeiro, a única coisa que falta é dar chance de os adultos conhecerem as crianças. O encontro pessoal, o sorriso aberto, o abraço esperançoso de quem busca um pai ou uma mãe, fazem toda a diferença, e atropelam as frias estatísticas de crianças sem rosto. O objetivo do projeto é justamente criar estratégias para promover esses encontros. “É importante propiciar o encontro de crianças maiores com pessoas habilitadas à adoção. Esse contato é decisivo para a adoção”, afirmou.

Segundo o juiz da 4ª Vara de Infância, Juventude e Idoso, que coordena o projeto, há mais dificuldade de encontrar pessoas dispostas a adotarem crianças maiores de 3 anos, adolescentes, crianças com problemas de saúde e grupos de irmãos. O magistrado explica que é preciso criar estratégias para levar pessoas que estão se preparando para adotar a instituições de acolhimento de crianças e adolescentes. “Quando existe paixão pelo filho, a adoção funciona de qualquer maneira.”

A presidente da AMAERJ, Renata Gil, informou que o projeto vai facilitar as adoções e que a divulgação da iniciativa vai ajudar a deslanchá-lo. “Existe uma fila muito pequena para a adoção dessas crianças que não estão no perfil das crianças menores, mais disputadas. O apadrinhamento foi um primeiro passo para solucionar as adoções tardias. Estamos tratando de conscientizar o país inteiro dessa adoção para torná-lo um sucesso”, disse.

O projeto “O Ideal é Real – Adoções Necessárias” tem o apoio do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro (TJ-RJ)- que transmitiu o evento por videoconferência para todos os Núcleos Regionais (NURs) – , da Comissão de Assuntos da Criança, do Adolescente e do Idoso da Alerj (Assembleia Legislativa) e ganhou também o apoio da Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB), anunciado durante o lançamento do projeto pelo presidente da AMB, Jayme de Oliveira.

“Conte conosco para dar dimensão nacional ao projeto e para conversar com os presidentes das outras associações de magistrados do país. Muitos projetos como esse precisam ganhar dimensão nacional”, afirmou Jayme de Oliveira.

O presidente do TJ-RJ, Luiz Fernando Ribeiro de Carvalho, afirmou que o projeto da AMAERJ já tomou dimensão própria. “Toda iniciativa em torno da adoção, que é um ato de amor”, disse, parabenizando o juiz Sérgio Ribeiro e a AMAERJ.

Também estiveram no lançamento do projeto “O Ideal é Real – Adoções Necessárias” a secretária nacional de Promoção dos Direitos da Criança e do Adolescente, Cláudia de Freitas Vidigal; a desembargadora Ana Maria Pereira de Oliveira; a juíza de Direito Raquel Santos Pereira Chrispino; e a deputada estadual Tia Ju (PRB).

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