Brasil | 16 de março de 2018 09:47

‘O Brasil não quer heróis. Quer juízes protegidos’, afirma ministro

Magistradas do Rio cumprimentam o ministro Alexandre de Moraes

Na abertura do 2º Encontro do Fórum Nacional dos Juízes Criminais (Fonajuc), na noite desta quinta-feira (15) em Brasília, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), disse que “o Brasil não quer heróis. Quer juízes protegidos para que possam atuar”.

Na palestra, Moraes afirmou que “o Brasil virou uma bagunça”. “No Brasil pode quebrar tudo. Isso porque a legislação não é aplicada, fomos nos tornando ineficientes na aplicação”, reclamou em palestra.

Para o ministro do STF, no Brasil confunde-se rigor contra a criminalidade com ações ditatoriais. “Se você quer aplicar a lei, é, no mínimo, chamado de fascista. Isso é um pós-conceito absurdo”, declarou.

Leia também: Salomão fala à GloboNews sobre atuação do Judiciário na política
AMAERJ repudia assassinato da vereadora Marielle Franco
Renata Gil fala sobre organizações criminosas no Fonajuc nesta sexta-feira

Na opinião de Moraes, é necessário rearrumar o sistema judiciário como forma de combater o crime organizado de modo prioritário. Ele comparou o país com a Inglaterra e os Estados Unidos, onde, disse, qualquer manifestação popular tem que ser solicitada com dias de antecedência e não podem incluir trajetos próximos a escolas e hospitais.

Em referência ao assassinato da vereadora carioca Marielle Franco (PSOL), na quarta-feira (14), defendeu a “valorização da Justiça criminal”. Ele definiu o crime como “bárbaro”.

“Há uma necessidade de mudança de mentalidade. Se não houver, infelizmente, podemos ter alguns picos de melhora, mas vamos voltar para a UTI”, previu.

O ministro criticou o modo como o Poder Judiciário se organiza para processar e julgar. Ele citou o exemplo de São Paulo, onde “temos o maior fórum criminal da América Latina”, com 32 varas e 64 juízes.

“Mas os 64 juízes não se comunicam, não trocam informações, não usam inteligência para verificar atuações de quadrilhas organizadas. Todo dia, estão julgando roubos de celular, mas quantas quadrilhas de receptação são presas? Milhares de microtraficantes são presos todos os dias, mas quantos médios e grandes são presos por ano?”, perguntou.

A presidente da AMAERJ, Renata Gil, participou da abertura do 2º Fonajuc. Nesta sexta-feira ela fará palestra no evento sobre organizações criminosas.

Delegação do Rio participa do 2º Fonajuv

Com informações da Agência Brasil