Notícias | 17 de maio de 2011 15:37

AMB faz ato em favor de juíza atacada

A Associação dos Magistrados do Brasil (AMB) fez ato público ontem, na Comarca de Rosário, a 75 quilômetros de São Luiz (MA), para denunciar a violência contra a juíza Rosângela Prazeres e cobrar mais segurança nos fóruns. No último dia 8 de maio, o gabinete da juíza foi invadido, as paredes foram pichadas com ameaças, armários foram revirados e alguns processos foram levados e jogados no rio Itapecuru, juntamente com a toga da magistrada. A juíza classificou de “intimidação” o ato de vandalismo praticado por criminosos no Fórum da cidade.

Para a diretora da Secretaria de Assuntos da Mulher, Sérgia Miranda, a magistratura e o Poder Judiciário foram deliberadamente desrespeitados. “Vamos procurar o presidente do Tribunal de Justiça do Maranhão sobre a questão da segurança nos fóruns, porque não permitiremos que os magistrados sejam vilipendiados, principalmente, num caso como esse, em que a juíza teve sua toga jogada no Rio. A toga, para nós juízes, não é apenas uma vestimenta. Ela é simbólica, emblemática. Os juízes não podem trabalhar sob ameaça, precisam ter sua liberdade de julgar respeitada.

O que houve foi um desrespeito ao Judiciário”, acusou a diretora da AMB, escolhida pelo presidente da AMB, Nelson Calandra, para prestar solidariedade à juíza. “Nós repudiamos quaisquer formas de violência, e quando é contra um magistrada ou magistrado, é também um atentado ao Estado Democrático de Direito”.

“Tais atentados e vandalismos não intimidarão, não impedirão o trabalho da juíza e nem afetarão a sua independência. Esse tipo de ação é um grave prenúncio, mas as instituições reagirão, de forma severa, contra essas atitudes e chegarão aos seus autores. É uma questão de tempo”, disse o presidente da AMB, desembargador Nelson Calandra, em nota publicada no site da entidade. “Os magistrados brasileiros não deixarão seus trabalhos serem afetados por pressão ou ameaças. Esse fato é um desrespeito e uma agressão aos juízes brasileiros, ao Judiciário e à própria sociedade”, completou Calandra.

Fonte: Jornal do Commercio